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Hatoum aponta cultura dos ‘cortes’ como contribuinte da destruição de pensamento crítico
Durante o Três Pontos desta quinta (8), Hatoum criticou o impacto da cultura digital na formação leitora e na atenção dos jovens
Foto: Reprodução/YouTube
A dificuldade de leitura profunda, a dispersão causada pelas redes sociais e o crescimento do analfabetismo funcional foram temas abordados pelo escritor Milton Hatoum. A análise foi feita no programa Três Pontos desta quinta-feira (8). Para ele, o excesso de estímulos e a cultura dos “cortes” descontextualizados estão afetando gravemente a capacidade de concentração dos leitores e o papel civilizador da literatura.
“Eu acho que essa incapacidade de compreender o que está lendo tem muito a ver com essa velocidade imposta em busca da audiência, do clique. A própria ideia do corte é descontextualizante. A literatura pede atenção, paciência. Você imagina hoje ler Grande Sertão: Veredas? Um livro que exige muito. Jovens que leem isso são heróis”, afirmou.
Hatoum, um dos mais respeitados romancistas brasileiros, destacou que essa dificuldade de leitura impacta a formação crítica e humanista dos jovens. Ele lembra que a literatura exige imersão e reflexão, oferecendo experiências que nem sempre têm utilidade imediata, mas que são essenciais para o autoconhecimento e empatia.
“Ler é mais civilizado do que escrever. Você se senta, viaja, se reconhece, odeia, gosta de personagens. A literatura ajuda a humanizar. Ela me mostrou, ainda jovem, que o Brasil era maior que minha cidade. Foi o que me fez escritor”, concluiu.
Confira a entrevista completa:
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