"A repressão aos pró-Palestina revela a fragilidade da democracia americana", afirma Altman

A onda de perseguições aos ativistas pró-Palestina nos Estados Unidos revela uma fragilidade da chamada democracia norte-americana. A análise foi feita pelo jornalista Breno Altman, que, em entrevista à Rádio Metropole nesta terça-feira (20), alertou que a perseguição pode também se estender a outros setores.

Altan relacionou o cenário atual ao que ficou conhecido como Macarthismo, que é a prática de acusar alguém de subversão ou traição, geralmente de forma infundada. O termo tem origem à campanha anticomunista conduzida pelo senador norte-americano Joseph McCarthy. Para o jornalista, a conduta do presidente Donald Trump traz “um gene do macarthismo”.

“Por ora, é uma perseguição que se concentra nos ativistas pró-Palestina nos Estados Unidos, com uma pressão tremenda sobre as universidades, cortando recursos financeiros, cortando isenção fiscal, isenção tributária, levando à prisão ativistas da causa palestina, provocando uma verdadeira onda neo-macartista nos Estados Unidos ao redor dos interesses sionistas, do lobby sionista nos Estados Unidos, que é muito poderoso”, afirmou.

Para Altman, Trump não é o primeiro presidente norte-americano a agir dessa forma, ele lembra como exemplo a repressão contra ativistas contrários à guerra do Vietnã. Essas medidas revelam, segundo ele, a fragilidade da chamada democracia norte-americana. “Já ouvi dizer que os Estados Unidos são uma república, mas não uma democracia. Os EUA têm uma longa tradição republicana, mas não democrática, então a gente assiste hoje, mais uma vez, ao atropelo das liberdades, das regras democráticas dos Estados Unidos. E isso que está acontecendo contra os ativistas pró-Palestina pode acontecer com outros setores da sociedade norte-americana”, alertou. 

Confira a entrevista na íntegra: