"Foi um divisor de águas", diz Othon Bastos sobre filme ao lado de Glauber Rocha

O ator Othon Bastos, um dos artistas mais consagrados do país, completou 92 anos nesta sexta-feira (23) e segue em plena atividade na arte. Ele concedeu entrevista ao Jornal da Metropole no Ar nesta segunda-feira (19), em homenagem aos 80 anos da Universidade Federal da Bahia (Ufba), na qual foi aluno da primeira turma da Escola Othon de Música, Dança e Teatro. 

Othon trabalhou com o cineasta Glauber Rocha, que criticou sua chegada na escola por achar que ele não era baiano, depois de descobrir as origens do ator, uma amizade surgiu e ele foi convidado para o filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”.

“O filme repercutiu extraordinariamente. Foi um divisor de águas. O filme teve aquele sucesso pela generosidade do menino de 22 anos deixar que eu mexesse no roteiro dele para mudar alguma coisa. Ele não ficou no ego, ele ficou no cinema. Era isso que ele queria, o cinema baiano, o cinema brasileiro”, explicou Othon.

O ator revelou também como lida com os “brancos” ao esquecer um texto no teatro durante a apresentação.

“É a pior coisa que existe para o ator é o ‘branco’. Falta palavra, falta frase, mas você tem que se controlar, o público não sabe e acha que faz parte do espetáculo. Você tem a impressão que o mundo caiu nos seus pés e de repente ela vem, você se alivia. É um terror”, destacou.

Othon estreou o monólogo Eu Não Me Entrego Não, na Casa do Comércio, em Salvador. A obra segue em cartaz até o domingo (25).

Confira entrevista completa: