"É desonesto confundir crítica a Israel com ódio aos judeus", alerta Janio de Freitas

A crescente confusão entre críticas ao governo de Israel e antissionismo tem gerado distorções perigosas no debate público. O alerta foi feito pelo jornalista Janio de Freitas durante o programa Três Pontos, nesta quinta-feira (5). Ele defendeu que as ações cometidas em Gaza são responsabilidade do Estado de Israel e que contestar isso não configura ataque à religião judaica nem ao povo judeu, ainda que o antissemitismo exista e muitos judeus tenham sofrido com isso ao redor do mundo.

“ O que está sendo feito não é em nome do Likud, o partido de Netanyahu, e nem dos partidos de extrema direita, nem do fundamentalismo religioso que é praticado esse crime monstruoso, ´´e em nome do Estado de Israel e representando o próprio Estado de Israel. Quem faz a crítica e cita Israel — seja essa crítica proveniente de judeus ou não judeus — não está praticando antissionismo, antijudaísmo em geral, nada disso. Vamos distinguir, vamos ter caráter para distinguir as coisas e não imputar responsabilidade insultuosamente com base em mentira”, disse Freitas.

O jornalista lembrou que há dissensos internos em Israel, como o manifesto da Força Aérea israelense contra a atual política de Estado, e reforçou que muitos judeus não apoiam o governo Netanyahu. Segundo ele, o antissionismo existe e tem ganhado força com as ações do líder, mas não pode ser usado como rótulo automático contra quem denuncia violações de direitos humanos.

“É mentira dizer que essa crítica à desumanidade praticada em Israel é motivada por antissemitismo ou desejo de extermínio. Tem um caráter, senhores judeus que defendem Netanyahu e companhia, abusando do nome ‘Estado judeu de Israel’”, concluiu.

Confira o programa completo: