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Amabília Almeida aponta criação de escola como resposta à perseguição na ditadura: ”não podia aceitar o silêncio”
Ex-deputada concedeu entrevista ao Jornal da Bahia no Ar desta segunda-feira (16)
Foto: Reprodução/Youtube
A repressão da ditadura militar e seus impactos na educação foram tema central da entrevista da professora e ex-deputada Amabília Almeida ao Jornal da Bahia no Ar desta segunda-feira (16). Viúva do militante político Luís Contreras, ex-preso político, Almeida lembrou as consequências do golpe de 1964 para sua carreira como educadora e para a liberdade de pensamento nas escolas públicas baianas. Para a violência sofrida, a ex-deputada declarou que respondeu da melhor forma possível: com a fundação da primeira escola construtivista da Bahia, em plena década de 1970.
“Fui retirada do cargo de professora sem aviso e sem justificativa. Fiquei sem receber salário, o que afetou minha vida e a do meu marido. Também perdi meus direitos políticos por uma década. Foi um golpe duro, que me impediu de continuar a exercer minha verdadeira paixão, que era educar. Mas resisti, porque não poderia aceitar o silêncio imposto às escolas e à vida pública”, afirmou.
Durante a Assembleia Constituinte da Bahia em 1987, Almeida contou que foi a única mulher entre 63 deputados. Filiada ao PMDB, destacou-se pela defesa dos direitos das mulheres e pela atuação firme em pautas ligadas à educação pública. Aos 96 anos, ela revelou que ainda acompanha os debates educacionais no país e defende o modelo de escolas em tempo integral, como as que hoje se inspiram na experiência da Escola Experimental, que fundou há quase seis décadas, inspirada nos ideais de Anísio Teixeira, apostando em um ensino baseado no respeito, na liberdade e na formação cidadã.
“A escola que fundamos valorizava o protagonismo do aluno, que tinha o direito e a responsabilidade de ser agente ativo em sua formação. Incentivávamos o pensamento crítico, a expressão das ideias e o respeito mútuo, com uma postura firme na defesa dos direitos. Em pouco tempo, a escola ganhou reconhecimento social e chegou a atender 700 alunos, da educação infantil até a oitava série”, concluiu.
Confira a entrevista completa:
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