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"O Congresso Nacional brasileiro sempre foi visceralmente antidemocrata", diz Jessé Souza
Para o sociólogo, o Congresso acaba sufocando a democracia ao representar os interesses de elites
Foto: Metropress/Tais Lisboa
O impeachment da então presidente Dilma Rousseff em 2016 e o que havia por trás disso tem uma forte relação com o processo de fragilização do Executivo. A análise foi feita pelo professor e sociólogo Jessé Souza, em entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (16). Para ele, enquanto a eleição do Executivo expressa a soberania popular, o Congresso acaba sufocando a democracia ao representar os interesses de elites.
“A única instância que tinha no nosso país uma relação com uma efetiva soberania popular era a eleição para Presidência, é isso que é sentido como o exercício da democracia no nosso país. A eleição para o Congresso Nacional sempre foi uma coisa secundária, fragmentada, local. E se é local, ela é interiorizada e muitas vezes expressão da pior parte da nossa que é a elite rural”, analisou.
Assim, para o sociólogo, a eleição do Congresso acaba espelhando o poder dessas elites. “Sempre foi, portanto, visceralmente antidemocrata, a única ocasião histórica que o Congresso de alguma maneira foi mais progressivo que o Executivo foi em 1978, naquela eleição que causou o AI-5, que tinha uma ditadura”.
O ano de 2016 modificou, para ele, o jogo político ao, por exemplo, retirar a prerrogativa do orçamento do Executivo e com isso dar ao Congresso amarras sobre a presidência. “Em condições normais, o Congresso serve para sufocar a democracia, a discussão sobre qualquer projeto alternativo de país, que é o que realmente é política. Política não é você construir uma ponte que vai beneficiar quase nunca o povo, mas vai beneficiar o proprietário dessa região. Democracia é uma comunidade decidir coletivamente os assuntos que são públicos e que atingem a todos. Só quem pode propor este tipo de questão é a Presidência. E é exatamente por conta disso que ela foi intencionalmente fragilizada pelo golpe de 2016”, disse Jessé Souza.
Confira a entrevista:
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