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"Não pode haver molecagem", diz deputado após derrota do governo na Câmara em sessão do IOF

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"Não pode haver molecagem", diz deputado após derrota do governo na Câmara em sessão do IOF

Em entrevista à Metropole, deputado Daniel Almeida questiona falta de previsibilidade na Câmara e cobra seriedade na relação entre Legislativo e Executivo

"Não pode haver molecagem", diz deputado após derrota do governo na Câmara em sessão do IOF

Foto: Metropress/Marcelle Bittencourt

Por: Metro1 no dia 26 de junho de 2025 às 18:49

A Câmara dos Deputados impôs, nesta quarta-feira (25), uma derrota ao governo federal ao derrubar o decreto do Executivo sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Em entrevista ao Jornal da Cidade, o deputado federal baiano Daniel Almeida (PCdoB) revelou que a votação foi uma surpresa para as bancadas que não fizeram parte do acordo e afirmou que, apesar das diferenças, não pode haver "molecagem" na relação do Congresso com o Executivo. 

“Todos fomos surpreendidos, não esperava isso”, disse. De acordo com o deputado, a surpresa foi tamanha que a maioria dos seus colegas ficou sabendo da sessão por meio de uma postagem do presidente da Câmara no X (antigo Twitter). Daniel Almeida ainda lembrou que o atual presidente da Câmara, Hugo Motta, se elegeu prometendo previsibilidade em sua gestão.

“Eis que, no pleno feriado do São João, ele anuncia uma sessão para o dia seguinte, que estava programada para ser uma sessão remota. Temas relevantes são sempre tratados nas sessões presenciais. Eis que ele convoca essa sessão para deliberar um tema sobre a questão tributária do país, um tema relevante nesta circunstância. Algo absolutamente fora da previsão”, afirmou o deputado do PCdoB, partido que votou contra a derrubada do decreto.

Para o deputado, o episódio é reflexo de uma desarmonia entre os poderes, que trará prejuízos à população mais vulnerável. Ele reconhece que a configuração da Câmara é predominantemente de direita, enquanto o Executivo tem um perfil de centro-esquerda. Ainda assim, ele acredita que o presidente Lula é um nome capaz de contornar essas diferenças, mas ressalta que não pode haver por parte do Congresso “molecagem”. 

“Nesse governo as coisas vinham funcionando mais ou menos de forma combinada, como deve ser, cada poder cumprindo o seu papel, mas havendo entendimento. Até a semana passada, parecia que esses entendimentos iam fluir normalmente. Então eu espero muito que esse seja um episódio fora da curva e que daqui para frente a gente possa retomar o funcionamento normal entre os três Poderes.

Confira a entrevista na íntegra: