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Jaques Wagner relata bastidores de derrota do IOF no Congresso: “muita intriga e fofoca”

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Jaques Wagner relata bastidores de derrota do IOF no Congresso: “muita intriga e fofoca”

Senador diz que decisão sobre o IOF foi construída com apoio de líderes e presidentes da Câmara e Senado, mas acabou desfeita sob pressão e intrigas

Jaques Wagner relata bastidores de derrota do IOF no Congresso: “muita intriga e fofoca”

Foto: Metropress/Tais Lisboa

Por: Metro1 no dia 27 de junho de 2025 às 17:57

A derrubada do decreto do Executivo sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (25) configurou uma importante derrota para o governo e foi uma surpresa para as bancadas aliadas. Em entrevista ao Jornal da Cidade, o senador Jaques Wagner (PT) revelou que três semanas antes da votação os líderes dos partidos e presidentes da Casa haviam se reunido e feito um acordo para aprovação da medida, o que posteriormente não foi cumprido. O líder do governo no Senado contou ainda que nesse processo houve “muita intriga e fofoca”, além de pressão de segmentos específicos. 

Segundo o senador, foram seis horas de reunião entre os líderes. “Todo mundo estava exultante porque foi uma reunião de altíssimo nível. Ninguém ficou se apegando em picuinha, em briga eleitoral que é normal na política. Todo mundo pensou no Brasil”, disse. Ainda de acordo com ele, na reunião foi decidido a retirada do primeiro decreto do IOF e a criação de um outro, levando em consideração as pontuações feitas pelos presentes. O segundo decreto acordado, no entanto, acabou sendo derrubado semanas depois na sessão de quarta-feira, assim como uma medida provisória também debatida e negociada na reunião.

“Eu aprendi que essa casa aqui vive de acordo. Combinado sai barato. Foi feito um acordo entre todo mundo. Então nós saímos de lá, eu diria até empolgado, porque foi feito um acordo por seis horas de reunião. Não é pouca coisa. Estavam os líderes de MDB, PSD, todos os partidos que evidentemente são da base, porque o primeiro movimento do governo foi apresentar proposta para os membros da base, com os dois presidentes”, contou.

“Não me pergunte por que, que eu não sei lhe dizer exatamente porque, três, quatro dias depois, começa a haver o ruído que não pode, que isso, que aquilo e todo mundo ficou um pouco perplexo, porque tinha havido uma reunião, a gente ia fazer uma segunda reunião, agora para apresentar a mesma coisa pros líderes da oposição. Essa reunião evidentemente não aconteceu, se virou tudo de cabeça pra baixo condenando o novo decreto, repito, fruto da conversa com os dois presidentes, com as lideranças”, complementou.

Wagner não descartou a possibilidade de nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro terem usado a medida como forma de macular a imagem do presidente Lula a 15 meses da eleição presidencial. “Óbvio que eu não vou descartar. Não vou dizer que todos, mas um grupo mais ligado ao ex-presidente da República evidentemente que fica o tempo todo querendo atirar para tentar macular a imagem do Lula. Você vê, a economia brasileira está cheia de indicadores ótimos, no entanto, o pessoal continua dizendo ‘não, mas pra frente vai dar problema’”, afirmou

Confira a entrevista na íntegra: