Historiadora denuncia apagamento histórico e expõe legado invisibilizado dos judeus no Brasil

A redescoberta das raízes judaicas no Brasil, especialmente de judeus sefarditas vindos do Norte da África, tem ganhado força por meio de estudos que resgatam histórias apagadas da memória nacional. A historiadora Íria Chocron é uma das responsáveis por esse movimento, e falou sobre o tema durante o Jornal da Bahia no Ar, desta segunda-feira (4). No programa, ela destacou a importância de valorizar a presença judaica na Amazônia e o lançamento de seu novo documentário sobre o assunto.

“Eles deixaram legado muito, eu acho que é ecoou para os dias atuais. tanto que nós somos médicos de Belém, médicos judeus, nós somos empresários judeus, nós somos comerciantes judeus, professores judeus. Então, eles estão em toda parte, tanto na cidade de Belém quanto no interior do Pará e do Amazonas. Então, o legado deles, por exemplo, na educação, é imensurável. Eles não só foram professores, eles deixaram didáticas, que ainda hoje ecoam pela sala de aula. Então, além de todo o aparato inicial que eles também deixaram para nós”, disse.

Segundo Chocron, as pesquisas iniciadas na universidade se expandiram durante a pandemia, quando ela passou a publicar artigos e vídeos sobre o tema. O conteúdo surpreendeu até comunidades judaicas de outras regiões, que desconheciam a relevância histórica e política dessa presença na Amazônia. Ela explica que, com isso – inclusive judeus de outras regiões do país, devem passar a conhecer a influência da comunidade sefardita na Amazônia, tanto na vida social quanto na política. 

“Eu resolvi fazer esse documentário exatamente para não deixar morrer essa tradição moral aqui na minha região”, aontou. Além disso, ela revelou que o lançamento do documentário acontecerá em agosto, presencialmente, no Centro Israelita do Pará, e depois será disponibilizado no YouTube.

Confira a entrevista completa: