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Psicólogo alerta sobre adultização e impactos da internet: “proteger a infância é um pacto coletivo”

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Psicólogo alerta sobre adultização e impactos da internet: “proteger a infância é um pacto coletivo”

Alessandro Marimpietri participou do programa Revele, da Rádio Metropole, nesta terça-feira (19)

Psicólogo alerta sobre adultização e impactos da internet: “proteger a infância é um pacto coletivo”

Foto: Reprodução/Rádio Metropole

Por: Metro1 no dia 19 de agosto de 2025 às 15:00

Atualizado: no dia 19 de agosto de 2025 às 15:23

O psicólogo, escritor e professor universitário Alessandro Marimpietri destacou, nesta terça-feira (19), os impactos da internet e da adultização no desenvolvimento infantil. A declaração ocorreu no programa Revele, da Rádio Metropole

“A internet revolucionou por completo a nossa relação com o mundo. [A escritora] Marilena Chaui disse que é uma mutação civilizacional que mudou tudo, todas as nossas relações, entendimentos e a nossa construção de mundo. [...] Estamos trocando o pneu com o carro andando, e enquanto a vida nos atropela, precisamos criar parâmetros para preservar campos cruciais, como a infância e a adolescência”, afirmou.

Marimpietri explicou o conceito de adultização, fenômeno que considera urgente discutir: “É quando crianças e adolescentes têm vivências incompatíveis com o que culturalmente convencionamos como infância e adolescência. É quando vivem experiências que estão no campo do que seria a vida adulta, [mas] não estão preparadas para isso. Isso é abuso, é vulnerabilização”.

Segundo o professor, a proteção da infância não pode ser responsabilidade apenas das famílias, mas sim um compromisso coletivo: “Hoje cabe a nós, pais, educadores e formadores, blindar, mediar e auxiliar essa geração que cresce contemporânea à internet. Proteger a infância e a adolescência é um pacto coletivo, civilizacional. É um acordo para a manutenção da humanidade”, detalhou.

O psicólogo também relacionou o excesso de telas e a adultização à perda de criatividade e a prejuízos psíquicos importantes: “Há uma antecipação para a qual a criança não está preparada, e isso vulnerabiliza, deixando marcas profundas em seu desenvolvimento”. Ele ainda fez críticas à atuação das grandes empresas de tecnologia: “Se depender só das famílias, vamos perder essa queda de braço sempre. Pais e mães não podem fazer o que quiserem com seus filhos, porque proteger crianças e adolescentes é uma questão pública”.

Confira entrevista na íntegra: