Marcelo Ferraz comenta requalificação da Ladeira da Misericórdia: “a ambição é que ela contagie a recuperação da cidade”

O conjunto arquitetônico da Ladeira da Misericórdia, projetado pelos renomados arquitetos Lina Bo Bardi e João Filgueiras Lima (Lelé), passará por uma requalificação com participação de Marcelo Ferraz, Marcelo Suzuki e José Minho, especialistas que tiveram relação direta com Lina e Lelé. Em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar desta quinta-feira (28), Ferraz celebrou a retomada da recuperação e disse esperar que ela contagie a preservação de toda a cidade.

“Eu fiz a conta que são 35 anos de abandono. Aquilo ficou pronto e nunca foi utilizado. Durou alguns meses como restaurante, como bar e acabou. Então, a gente esteve aí, dez dias atrás, fizemos uma inspeção na ladeira de cabo a rabo. E vimos que estruturalmente ela está muito bem, foi muito bem feito. E foi feito com essa tecnologia desenvolvida pelo Lelé na antiga FAEC [Fábrica de Equipamentos Comunitários]”, contou Marcelo Ferraz. Ele, junto com Minho e Suzui, foi convidado pela gestão municipal para fazer um diagnóstico e apontar soluções para o conjunto arquitetônico da Ladeira da Misericórdia.

Ferraz chamou atenção para o fato de o projeto estar sendo apresentado como “Coaty”, quando esse é apenas um dos imóveis localizados na ladeira. O conjunto é formado por três casas, o Coaty e uma ruína. “Estão chamando de Coaty, mas o nome é Ladeira da Misericórdia. O Coaty é um dos imóveis. É mais que recuperar uma casa”, disse. 

Para Ferraz, a ideia de recuperar a Ladeira da Misericórdia, como um todo, é essencial para contagiar o restante da cidade. “Então é um projeto que a gente tem mais ambições que simplesmente restaurar uma casa e falar está ali, prontinha. Não, a gente quer que isso contagie a recuperação da cidade”, disse.

Confira a entrevista na íntegra: