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Por que julgamento de Bolsonaro e aliados é na Primeira Turma do STF; desembargador explica

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Janio de Freitas analisa como “deformações políticas” levaram Bolsonaro à presidência e ao banco dos réus
Jornalista apontou, no Três Pontos desta quinta-feira (4), que ascensão de Bolsonaro se deu sobre o enfraquecimento dos partidos e projeção via discurso agressivo e antipolítico
Foto: Reprodução/YouTube
O julgamento de Jair Bolsonaro voltou a chamar atenção nacional, ao investigar a participação do ex-presidente e aliados em uma trama golpista após as eleições de 2022, num processo que envolve crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
No programa Três Pontos desta quinta-feira (4), o jornalista Janio de Freitas analisou a trajetória de Bolsonaro, destacando que sua ascensão à Presidência se deu mais por deformações políticas e judicializações oportunistas, e que o ex-capitão se lançou “quase como um cacareco”, aproveitando fragilidade dos partidos e a Lava Jato para se projetar nacionalmente. De acordo com ele, o mesmo percurso que o levou à presidência acabou por acelerar sua queda, por causa dos comportamentos que sempre teve.
“O Bolsonaro se lança quase como o cacareco. Era uma coisa mais de espiroquetagem do que de sentido político. Mas as condições de insuficiência, de fragilidade, de fraqueza eleitoral dos outros partidos facilitou a projeção do Bolsonaro, que se processava em razão do discurso que ele andou fazendo. Insucloso, ameaçador das esquerdas, que ia matar 30 mil pessoas. Isso facilitou o início de projeção dele, que vem a coincidir com a Lava Jato. A Lava Jato era a devastação da política. O Bolsonaro era a devastação da política. Ele era antipolítico e antipolítica”, contou.
Segundo o jornalista, a eleição de 2018 foi resultado da soma entre o desgaste dos partidos tradicionais e o discurso de ódio de Bolsonaro, que explorava a antipolítica e a promessa de violência contra adversários. Ele apontou que a “consuminação” desses fatores entregou a Presidência a um político sem preparo, que assumiu o cargo não para governar, mas para destruir. Para Freitas, a trajetória não foi de rupturas repentinas, mas de sucessivas deformações institucionais e desvios estimulados pelo Judiciário.
“Ele não soube exercer, nem assumiu para exercer a Presidência. Assumiu para fazer uma devastação, e fez. Foi um processo de deformações sucessivas, de desvios da política e do Judiciário, que acabaram por dar legitimidade a um golpe judicial e, por consequência, à ascensão de Bolsonaro. Agora, ele está no banco dos réus, diante do julgamento por uma trama golpista”, concluiu.
Confira o programa completo:
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