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Jornalista Flávio VM diz que Ciro Nogueira tentou intimidá-lo após denúncia de ligação com crime: "Vou continuar investigando"
Em entrevista à Rádio Metropole, o escritor detalhou bastidores da apuração que envolve líderes do PCC e acusou o senador de expor seu número de celular para intimidá-lo
Foto: Repprodução/Metro1
O Jornal da Cidade, programa da Rádio Metropole, entrevistou nesta quinta-feira (4) o escritor e jornalista Flávio VM Costa. Ele afirmou que o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do partido, tentou intimidá-lo ao divulgar publicamente seu número de celular após a publicação de uma reportagem que denuncia o recebimento de propina por parte do parlamentar.
Costa é coautor da investigação que revelou supostos pagamentos feitos a Nogueira por líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que atua em diversos setores, incluindo o de combustíveis. Segundo a apuração, o dinheiro teria como objetivo beneficiar empresas do setor em meio a disputas com a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e outras instâncias do mercado.
Durante a entrevista, o jornalista explicou o conteúdo da denúncia: “Essa reportagem está no âmbito da operação Carbono Oculto, sobre fraudes no setor de combustíveis e lavagem de dinheiro usando empresas da Faria Lima. A gente entrevistou uma fonte que tem acesso direto a Mohamad Hussein Murad, o Primo, e a Roberto Augusto Neme da Silva, que são donos de empresas do setor de combustíveis que lavam dinheiro, segundo a Polícia Federal e o Ministério de São Paulo, para o PCC. Segundo essa fonte, ela presenciou uma conversa de Roberto, o Beto Louco, em que ele fala que levaria dinheiro para o senador Ciro Nogueira, em um encontro que teria acontecido em agosto de 2024, em Brasília. Essa fonte chegou a filmar por alguns segundos uma sacola de grife, onde o dinheiro estaria dentro de um envelope pardo com cédulas, e ouviu do próprio Beto que aquele montante seria levado ao senador”.
O jornalista também comentou a reação de Nogueira após a publicação: “Eu liguei para ele várias vezes no domingo, ele não me atendeu. Enviei as perguntas por WhatsApp, procurei o assessor de imprensa, dei prazo para resposta. Mais tarde, o senador me enviou um ofício encaminhado ao ministro Lewandowski, onde constava o meu número de celular. Esse documento foi repassado para vários jornalistas e já circulava amplamente. Eu acho que ele fez isso de má-fé, como forma de me intimidar e me colocar em risco. É uma atitude irresponsável, inconsequente, mas não me sinto intimidado. Vou continuar investigando e, se houver novas informações, publicaremos novas reportagens”.
Ao final da entrevista, Costa ressaltou que a fonte não soube informar a quantia exata que teria sido entregue, mas destacou a gravidade da denúncia e da tentativa de exposição de seus dados pessoais. Paralelamente à rotina de apurações, o jornalista também lembrou seu trabalho como escritor, destacando que a literatura funciona como um contraponto em meio às notícias pesadas do dia a dia.
Confira entrevista completa:
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