Consumo acelerado nas redes sociais compromete leitura e desenvolvimento dos jovens, alerta psicóloga

As redes sociais têm seguido uma tendência de consumo rápido, desde áudios com velocidades aumentadas à cortes de vídeos curtos no Instagram e YouTube. A psicóloga Luana Dantas constatou, em entrevista ao Metropole Saúde desta quarta-feira (10), que o consumo destes artifícios rápidos tem feito jovens não conseguirem realizar atividades que levam mais tempo, como a leitura, e não desenvolver determinadas habilidades básicas, por consequência.

“A capacidade de leitura na criança, é tão importante para ela desenvolver comportamentos adequados, segurar a impulsividade, crítica, ela pensar antes de fazer… uma coisa que demora mais tempo nos frustra, temos que suportar essa frustração”, afirmou a psicóloga, Luana Dantas.

Luana ressaltou a importância do espaço de tempo para a criança “não fazer nada”. Para ela, o ócio é de extrema relevância para a maioria do processo criativo. No entanto, o uso de tecnologias impede que esse tempo exista, isso não permite que as pessoas aprendam a lidar com o tédio. Ela comentou sobre a insalubridade da tendência das pessoas sempre quererem estar fazendo algo o tempo todo. “Ansiedade, em parte, é essa cobrança, eu deveria estar fazendo algo que não estou fazendo”.

A aceleração causada pelo modo de consumo das tecnologias não afeta só os mais jovens, os adultos também sofrem com este impacto, especialmente em suas vidas profissionais, pessoais e familiares. Cria-se um estilo de vida de sempre estar fazendo algo, mas que segundo a psicóloga, é inversamente proporcional ao autocuidado. “Ter tempo é ter saúde, precisamos nos dar conta, se temos pouco tempo, também temos pouco tempo para nos cuidar e cuidar de quem amamos”, completou.

Confira a entrevista na íntegra: