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Arquiteto critica esvaziamento simbólico da Praça Municipal: "foi ali que nasceu a nacionalidade"
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Arquiteto critica esvaziamento simbólico da Praça Municipal: "foi ali que nasceu a nacionalidade"
Paulo Ormindo cita transformação da região com hotéis e novos usos como forma de retirar da praça o papel histórico

Foto: Metropress/Fernanda Vilas Boas
Em meio à possibilidade de concessão da Praça Municipal de Salvador para a iniciativa privada, o professor e arquiteto Paulo Ormindo apontou um esvaziamento simbólico na área que é considerada não só a primeira Praça dos Três Poderes no Brasil, mas também o berço da sociedade brasileira.
Citando a instalação de hotéis na região da Praça Municipal e a saída da sede da prefeitura para a Praça da Sé, o arquiteto criticou as mudanças recentes na área, em entrevista ao Jornal da Cidade desta segunda-feira (15). “[Dessa forma] você tira todo o simbolismo da praça onde, digamos assim, nasceu a nacionalidade. Outro aspecto que precisa ser analisado é que esse setor da hotelaria está mudando muito rapidamente. Hoje você tem uma grande quantidade de atendimento ao turismo no Airbnb, que é um sistema mais flexível que você tem”, analisou, fazendo referência à série de hotéis de luxo que vêm sendo inaugurados na Rua Chile.
O arquiteto pontuou ainda que diferente da maioria das cidades, desde as europeias até as brasileiras, Salvador teve uma mudança no seu centro, que deixou a região histórica. Aquela região, então, perdeu sua função original.
“Poderíamos ter revitalizado, como as cidades na Europa todas fizeram, com o metrô, nos nos anos 1970, quando previam o metrô à meia altura e profundidade daquela primeira colina. Isso foi abandonado e foi feito um metrô em outra direção. Então, o centro da cidade perdeu aquela função original, que era não só sede do Poder, tinha a articulação da cidade alta com a cidade baixa. Nós tivemos que buscar uma outra atribuição para esse Centro Histórico”, afirmou.
Segundo Paulo Ormindo, Salvador, curiosamente, nasceu de um plano. A prova disso é que seu antigo centro na Colina da Sé é como um quadrangular de xadrez. “Na expansão, isso se perdeu um pouco. Mas nós tínhamos ali uma distinção muito clara, duas praças. Em uma, a sede do poder civil, com o Palácio de Governo, com a Prefeitura [a Praça Municipal]. E na outra praça, que é o Terreiro de Jesus, o poder, digamos, religioso”.
Confira a entrevista na íntegra:
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