Editorial
MK comenta condenação de Bolsonaro e classifica voto de Fux como “página vergonhosa” no STF

Para MK, a iniciativa revela uma ideologia que, ao invés de mostrar a importância de Salvador para a formação do povo brasileiro, traz a cidade apenas como diversão, praias e turismo para “gente rica”
Foto: Reprodução/Youtube
A prefeitura de Salvador aguarda para avaliação um estudo de concessão à iniciativa privada para a modernização da Praça Municipal, a primeira Praça dos Três Poderes do Brasil. Construída em 1549, ela é considerada o berço da civilização brasileira. No Jornal da Metropole no Ar desta sexta-feira (12), Mário Kertész criticou a possibilidade e relacionou o projeto a outras iniciativas que vêm sendo implementadas na região.
“Não é uma pracinha de merda, não. É a primeira Praça dos Três Poderes do Brasil, foi ali que começou a aventura chamada Brasil. E agora o Elevador Lacerda é palco para eventos. Um rooftop construído num patrimônio tombado. Um centro de convenções. Um hotel de luxo no Palácio Rio Branco”, disse MK.
Para ele, essas iniciativas revelam uma ideologia que ao invés de mostrar a importância de Salvador para a formação do povo brasileiro com a miscigenação da cultura trazida pelos portugueses e a tragédia que foi a escravidão, traz a cidade apenas como diversão, praias e turismo para “gente rica”. “Porque para frequentar um rooftop, um hotel Rosewood e um centro de convenções que é só atravessar a rua, não precisa ir para Boca do Rio, não é para o top de muita gente”, disse.
A concessão prevê uma vigência de 30 anos à iniciativa privada e um investimento de R$ 223 milhões, conforme informado pela Salvador Par, empresa de economia mista vinculada à administração indireta do município. Farão parte da concessão, caso o estudo seja aprovado pela prefeitura, a modernização da Praça Municipal, a operação e manutenção dos elevadores e planos inclinados do entorno, além da implantação e operação de um Centro de Convenções que será instalado onde hoje está o Palácio Thomé de Souza, sede da prefeitura de Salvador.
“Como privatizar a praça onde nasceu esse país? A memória da gente é uma merda? Ela tem que ser jogada no lixo? Porque hoje a ideia é onde tem uma casa permitir a construção de um edifício de 30 andares, porque uma casa paga um IPTU e um edifício paga 30 IPTU. Essa é a ideologia do que é esta cidade”, criticou MK.
Confira o comentário na íntegra:
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.