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Historiador critica ausência de jovens em protestos:“não percebem que os direitos vieram a duras penas”

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Historiador critica ausência de jovens em protestos:“não percebem que os direitos vieram a duras penas”

Carlos Zacarias concedeu entrevista à Rádio Metropole nesta quarta-feira (1°)

Historiador critica ausência de jovens em protestos:“não percebem que os direitos vieram a duras penas”

Foto: Reprodução/Youtube

Por: Metro1 no dia 01 de outubro de 2025 às 12:57

A ausência da juventude em protestos de rua no Brasil, em contraste com mobilizações históricas como a dos “caras-pintadas” nos anos 1990, chama atenção de pesquisadores. Durante o Jornal Metropole no Ar, nesta quarta-feira (1º), o historiador e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Carlos Zacarias avaliou que atualmente predomina um público acima dos 40 anos nos atos políticos. Ele destacou que jovens de famílias progressistas costumam contestar o engajamento político dos pais, sem perceber que muitos direitos atuais foram conquistados a duras penas, mas esse não é o fim do caminho.

“É impressionante como a gente encontra as mesmas pessoas. Os mais velhos não saíram das ruas, o que significa que a persistência dessa turma é notável. Mas é preocupante dizer que estamos lutando pelas mesmas causas do passado, e é evidente que a juventude está faltando. Talvez essa ausência seja circunstancial, mas logo logo essa juventude vai voltar às ruas, porque nunca deixou de participar quando as lutas se fizeram sentir”, disse Zacarias.

O historiador relacionou o afastamento dos jovens à pandemia, ao papel das redes sociais como espaço de militância e também à sensação de desalento diante da crise econômica. Para ele, esse distanciamento tem um fundo geracional: a nova geração questiona as lutas dos pais, mas ainda não encontrou meios de protagonizar sua própria mobilização política.

“As conquistas que estão aí não foram dadas de bom grado, foram conquistadas às duras penas. Essa juventude ainda não se deu conta disso, mas na medida em que a realidade vai se impondo, ela terá de buscar seus direitos. E buscar direitos significa caminhar no terreno da transformação, não do conservadorismo, porque quem não tem emprego não tem o que conservar”, concluiu.

Confira a entrevista completa: