Marcelo Veras alerta para distorções no exercício da psicanálise

O psicanalista e psiquiatra Marcelo Veras afirmou, em entrevista à Rádio Metropole, nesta quarta-feira (19) que todos os anos, surgem tentativas de desacreditar a psicanálise, seja afirmando que “vai acabar” ou que “não é científica”. Para ele, porém, o maior risco não está nas críticas externas, mas dentro do próprio campo.

“A psicanálise virou um rótulo tão grande que muita gente começa a dizer que é psicanalista. Mas qual é a formação dessa pessoa? Ela sabe realmente o que fazer?”. Segundo Veras, essa diluição ameaça especialmente os jovens interessados em seguir o caminho analítico.

Veras destacou a importância das entrevistas preliminares tema central da XXIX Jornada da Seção Bahia da Escola Brasileira de Psicanálise, que acontece a partir desta quinta-feira (20) à sexta-feira (21). Ele explica que esse momento inicial da análise é decisivo para identificar “os pontos estruturantes da vida de uma pessoa”, tarefa que cabe ao analista, já que “quanto mais o sujeito tenta explicar quem ele é, mais se percebe que ele sabe o que os outros pensam dele”. 

A Jornada discutirá a entrada em análise como porta de acesso ao trabalho com o inconsciente, reafirmando a psicanálise freudiano-lacaniana em meio ao amplo mercado psicoterapêutico atual.

Confira a entrevista na íntegra: