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Bellintani analisa reação popular à megaoperação no RJ: “aplaudir 122 mortes revela perda de esperança no Estado”
Guilherme Bellintani concedeu entrevista à Rádio Metropole nesta terça-feira (9)

Foto: Metropress
O empresário e ex-secretário municipal de Educação Guilherme Bellintani afirmou que a normalização de sucessivos episódios de violência no país tem criado um novo paradigma social e político. Em entrevista ao Jornal da Metrópole no Ar, ele analisou o impacto da recente operação policial no Rio de Janeiro, que resultou em 122 mortos, e destacou que o fenômeno revela um profundo esgotamento da confiança da população no Estado.
De acordo com Bellintani, a repetição de episódios extremos acaba moldando uma nova percepção coletiva. “A sucessão dos absurdos é contínua e vai construindo um novo paradigma. Para mim, não é apenas uma mudança cultural repentina ou a afirmação do crescimento da direita, da extrema direita sobre a esquerda. O tema da violência, especificamente nesse caso do Rio de Janeiro, é muito simbólico de como se aceitou a ideia de 122 mortos numa única operação”, afirmou.
Ele explicou que a reação popular pode ser interpretada como reflexo direto da insatisfação com as políticas públicas de segurança. “Isso pode ser lido, sob a perspectiva mais recente, como um grau de insatisfação absoluta da população. A que ponto chegamos quando as pessoas aplaudem uma quantidade de mortos dessa dimensão? Isso mostra que a população perdeu a esperança nos métodos clássicos do Estado, porque o Estado não foi capaz de responder... O mais assustador, além das 122 mortes, é a população ter perdido a esperança no método civilizado de combate à criminalidade e dizer: ‘eu não tenho outra saída, vou aplaudir’", ressaltou.
Para Bellintani, a sucessão de absurdos alimenta respostas igualmente extremas, e enfrentar o problema exige mais do que discursos simplificados. “É preciso combater a ideia de que se resolve o tráfico apenas matando pessoas. Mas também não adianta dizer que existe outro caminho se o Estado não o coloca em prática”, concluiu.
Confira a entrevista completa:
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