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Organização atua para educar médicos sobre uso medicinal de cannabis

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Organização atua para educar médicos sobre uso medicinal de cannabis

Fundadora da Dr. Cannabis, Viviane Sedola, foi entrevistada por Mário Kertész no Jornal da Bahia no Ar.

Organização atua para educar médicos sobre uso medicinal de cannabis

Foto: Reprodução

Por: Gabriel Amorim no dia 10 de maio de 2022 às 09:11

Desde 2015. o uso medicinal da cannabis - nome científico da planta da maconha - foi regulado, pela primeira vez, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para atuar no auxílio a pacientes que precisam dos medicamentos feito a base desta substância, em 2018 foi criada a plataforma Dr. Cannabis, fundada e dirigida  por Viviane Sedola. A CEO da empresa foi entrevistada nesta terça-feira (10) por Mário Kertész, no Jornal da Bahia no Ar.

Durante a entrevista, Viviane explicou que, além do apoio aos pacientes, a organização vai, agora, focar sua atuação na educação médica para difundir entre os profissionais de saúde os possíveis usos do medicamento.  Segundo ela, menos de 1% dos 500 mil médicos com CRM ativo no país conhecem e prescrevem os medicamentos. “Muitas vezes o médico não tem a cannabis como ferramenta, como possibilidade na caixa de ferramentas dele, e o paciente segue convivendo com doenças limitadoras como é o caso da epilepsia, segue convulsionando, mesmo tomando os medicamentos tradicionais, por uma falta de conhecimento médico, e é esse o desafio”, explicou a entrevistada.

Entre as doenças para as quais a cannabis é benéfica estão tratamentos contra epilepsia, esclerose múltipla, além de evidências de controle de sintomas no tratamento de dores crônicas, e de pacientes em tratamento quimioterápico. Sedola explicou que, quando autorizado, o uso do medicamento não é feito geralmente via óleo. “Tudo é absolutamente controlado e depende do médico e do paciente. Vai depender do que o paciente enfrenta, para o médico definir se, quanto, como e que tipo de medicamento vai ser utilizado por cada paciente”, detalha ela.

Questionada sobre o acesso aos produtos, a fundadora da organização, explicou que, já existem alguns produtos nas farmácias do país, mas que a impossibilidade de produzir no país torna os produtos caros. Um projeto de lei tramita desde 2015 para tentar regulamentar essa produção. “Existe uma bancada de que participa da discussão desse projeto de lei e que é bem contrária e que usa o argumento raso de não querer que as pessoas fumem. O projeto não trata sobre isso, o projeto quer, tão somente, fazer com que a gente possa cultivar as plantas para produzir os óleos aqui no Brasil para que os produtos sejam mais baratos”, critica a ativista.  

Viviane ainda finalizou defendendo a possibilidade de uso da planta que não se limitaria aos medicamentos. “É uma planta extremamente rica, versátil, que poderia ser usada não só para os medicamentos, mas é também um substitutivo ao plástico, uma planta que tem o poder de absorver metais pesados, limpa o solo. Então, são muitos os beneficiios”, diz.