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Funcionários e ex-funcionários usam rede social para denunciar assédios em rede de laboratórios

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Funcionários e ex-funcionários usam rede social para denunciar assédios em rede de laboratórios

A ideia surgiu para dar visibilidade aos episódios de desrespeito que aconteciam no setor de faturamento da empresa. Diante da repercussão, várias outras pessoas ligadas a outros setores entraram em contato para relatar situações semelhantes

Funcionários e ex-funcionários usam rede social para denunciar assédios em rede de laboratórios

Foto: Divulgação

Por: Mariana Bamberg no dia 05 de julho de 2022 às 16:39

Funcionários e ex-funcionários da rede de laboratórios Sabin criaram uma página no Instagram para denunciar casos de assédios ocorridos na empresa. Os relatos vão desde  episódios de ameaças de demissão até superiores interrompendo funcionários na hora do almoço ou no banheiro.

Sob condição de anonimato, a criadora do perfil contou ao Metro1 que a ideia surgiu para dar visibilidade aos episódios de desrespeito que aconteciam no setor de faturamento da empresa. Diante da repercussão, várias outras pessoas ligadas a outros setores entraram em contato para relatar situações semelhantes. 
 
“Tomou uma proporção que eu não imaginava. Minha intenção era que a empresa considerasse e agisse rápido. As denúncias dentro da empresa sempre existiram, mas a gestão regional e nacional não fazem nada. Os funcionários que se levantam contra os absurdos são demitidos”, relata.

Ainda de acordo com ela, os abusos iam desde não afastar funcionários doentes durante a pandemia até expor, diante de outros colegas, problemas como deficiência, obesidade e até a gravidez. Questionada sobre a existência de um setor onde pudesse registrar as queixas, a profissional disse que as possibilidades são o RH e a gerência regional. No entanto, a única medida tomada após a queixa é a demissão de quem reclamou. 
 
Com medo de sua exposição repercutir no novo trabalho, uma ex-funcionária do laboratório também falou com a reportagem sem revelar sua identidade. De acordo com ela, o comportamento de seu então chefe a levou a criar, na época, o hábito de desligar o celular pessoal quando não estava no horário de trabalho.

“Com o passar do tempo fui enviada todo dia para uma unidade diferente, o que causa um enorme estresse no profissional por não ter uma rotina estabelecida. Então começaram os abusos por parte dos superiores que ligavam a qualquer dia e hora, à noite, madrugada, finais de semana e feriados. Eu era obrigada a desligar o meu celular pessoal”, relembrou. 

Após reclamar dos abusos, ela teria passado a ser perseguida e ameaçada de demissão. Ainda de acordo com a ex-funcionária, uma das supervisoras da época costumava bater nas portas dos banheiros para saber o que os funcionários estavam fazendo em seus horários de trabalho.

Outro lado 

Em nota enviada à reportagem, o Sabin Medicina Diagnóstica afirmou que as queixas apontadas não foram registradas nos canais de ouvidoria da empresa. Ainda assim, o grupo  informou que está realizando a verificação dos pontos citados.

O Sabin declarou ainda que tem uma cultura organizacional focada no cuidado e na humanização com clientes e colaboradores. Além disso, o laboratório informou que conta com um Código de Conduta Ética e possui programas de desenvolvimento, pesquisas de clima e canais para recebimento de denúncias e ouvidoria para identificar e prevenir condutas inadequadas na organização.