
Saúde
Trump exclui África do Sul do plano de prevenção ao HIV
Governo norte-americano pretende reduzir 90% das infecções até 2030, mas recusa fornecer medicamento ao país mais afetado

Foto: Official White House/Daniel Torok
O governo Donald Trump, dos Estados Unidos, está promovendo doações para evitar a propagação do HIV, vírus que causa a Aids. No entanto, o que chamou atenção é a decisão do presidente norte-americano de recusar o fornecimento do medicamento para a Africa do Sul, país mais afetado pelo vírus.
Eswatini e Zâmbia, países africanos, receberam na semana passada as primeiras doses doadas de lenacapavir, medicamento que, em ensaios clínicos, demonstrou prevenir quase todas as infecções por HIV entre pessoas em risco.
Segundo críticos, a decisão de Trump parece ser motivada por questões políticas. Jeremy Lewin, alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA disse que o país não contribuirá com doses para a Africa do Sul que, por ter “meios significativos próprios”, financiaria o medicamento.
A ordem emitida por Trump, em fevereiro, que interrompeu a ajuda ao país, alegou ser o mau tratamento dos brancos afrikaners, comunidade sul-africana branca descendente em sua maioria de colonos. O presidente chegou a reforçar sua crítica na última terça-feira (18), ao dizer em uma reunião com o príncipe saudita Mohammed bin Salman que as “políticas sobre o extermínio de pessoas são inaceitáveis" e que o governo sul-africano está se comportando "extremamente mal".
O governo dos EUA estabeleceu uma meta de redução de 90% nas infecções por HIV globalmente até 2030, mas, diante dos últimos acontecimentos, críticos reagiram. Asia Russell, diretora-executiva da Health GAP, grupo que faz campanha pelo acesso ao tratamento do HIV/Aids disse que os EUA estão sabotando os próprios esforços para conter as infecções.
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