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Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

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Pausa nas redes sociais reduz ansiedade, depressão e insônia em jovens

Saúde

Pausa nas redes sociais reduz ansiedade, depressão e insônia em jovens

Pesquisa indica que uma semana com menos redes pode aliviar sintomas de saúde mental, embora os efeitos variem entre os usuários

Pausa nas redes sociais reduz ansiedade, depressão e insônia em jovens

Foto: Freepik

Por: Metro1 no dia 22 de dezembro de 2025 às 14:21

Uma pausa de sete dias nas redes sociais, ou uma redução significativa do uso, foi associada à diminuição de sintomas de ansiedade, depressão e insônia em jovens adultos, segundo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Harvard. A pesquisa foi publicada na revista científica JAMA Network Open.

O trabalho foi liderado por John Torous, professor associado da Harvard Medical School e diretor de psiquiatria digital do Beth Israel Deaconess Medical Center. Os pesquisadores acompanharam jovens nos Estados Unidos por meio de dados coletados nos celulares e questionários padronizados de saúde mental.

Entre os participantes, a redução do uso das redes sociais por uma semana esteve associada a 16,1% menos sintomas de ansiedade, 24,8% menos sintomas de depressão e 14,5% menos sintomas de insônia. Já os níveis de solidão não apresentaram mudança significativa, o que, segundo os autores, pode estar relacionado ao papel social desempenhado por algumas plataformas.

Um dos resultados considerados “contraintuitivos” foi o fato de que diminuir o tempo nas redes não significou, necessariamente, menos tempo de tela. Durante o período de detox, o uso diário médio de redes caiu de 1,9 hora para 0,5 hora, mas o tempo total de uso do celular permaneceu semelhante, com os participantes ocupando esse período com outras atividades no aparelho.

Em entrevista ao Harvard Gazette, Torous destacou que a média dos resultados pode esconder respostas individuais muito distintas. Para ele, o detox digital pode ser uma estratégia “grosseira”, que talvez precise ser adaptada a cada pessoa.

Os dados também indicam grande variação nos efeitos: enquanto alguns participantes relataram melhora expressiva, outros quase não perceberam mudanças. Os ganhos foram mais evidentes entre aqueles que apresentavam sintomas depressivos mais intensos no início do estudo.

A pesquisa acompanhou 373 jovens de 18 a 24 anos ao longo de três semanas, duas de linha de base e uma semana de detox opcional, focado em cinco aplicativos: Facebook, Instagram, Snapchat, TikTok e X. Foram combinados dados objetivos de uso dos apps, informações coletadas por sensores dos celulares e escalas clínicas, como PHQ-9, GAD-7 e índices de insônia.

Entre os pontos fortes estão o uso de medidas padronizadas e dados mais objetivos. Já as limitações incluem o caráter voluntário do detox, a pouca diversidade da amostra, majoritariamente universitárias e usuárias de iPhone, e a ausência de acompanhamento de longo prazo.

Os autores concluem que reduzir o uso de redes sociais pode beneficiar parte dos jovens, mas não funciona como uma solução universal. A melhora observada em alguns sintomas ainda precisa ser analisada quanto à sua duração, reforçando a ideia de que os impactos do uso das redes dependem do perfil, do contexto e da relação individual com as plataformas.