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Isolamento é ponto comum a outras epidemias registradas em Salvador, diz pesquisador Nelson Cadena 

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Isolamento é ponto comum a outras epidemias registradas em Salvador, diz pesquisador Nelson Cadena 

Nelson Cadena lembra de quando a população da capital baiana enfrentou febre amarela e cólera

Isolamento é ponto comum a outras epidemias registradas em Salvador, diz pesquisador Nelson Cadena 

Foto: Tácio Moreira/ Metropress

Por: Juliana Almirante no dia 06 de abril de 2020 às 12:12

O jornalista, escritor e pesquisador Nelson Cadena falou, em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã de hoje (6), sobre a história de epidemias que a população da cidade de Salvador já enfrentou ao longo do tempo.

“Temos alguns pontos em comum; um é o isolamento que sempre se pregou e os doentes têm que ser isolados para não contaminar os outros. As panacéias milagrosas, porque sempre aparecem as sugestões de remédios que supostamente curam ou diminuiria o tempo de internamento. Outra lição que podemos tirar de epidemias anteriores é o colapso do nosso sistema de saúde”, afirma o jornalista.

Ele diz que a capital baiana já teve milhares de mortes em epidemias anteriores, quando a população era 10 vezes menor do que a de hoje. Cadena destaca que atualmente, o contexto histórico é diferente, por conta da tecnologia mais desenvolvida e da informação mais acessível.

“O primeiro momento de epidemia que talvez tenhamos tido foi o período entre 1850 e 1856. Tivemos duas epidemias ao mesmo tempo: primeiro a da febre amarela e, logo em seguida, quando estávamos a superar essa fase, tivemos a epidemia de cólera morbus, que foi muito mais violenta, mais demorada e alcançou mais mortalidade, porque atingiu todo o recôncavo baiano. As pessoas, em lugar de se isolarem, vieram para Salvador, achando que era a solução e contaminando todo mundo”, declarou.

Cadena também afirma que as epidemias acabam se transformando em endemias, como foi o caso tanto da febre amarela quanto da cólera.

“Acho que ninguém nunca imaginou que aconteceria o que está acontecendo hoje. A população de todos os países do mundo, nesse ritmo tão frenético e com essa mortalidade que está se observando”, disse o pesquisador.