Saúde
Professor de Medicina da USP diz que Bolsonaro está absolutamente incorreto
"Para ele, não faz diferença se vão morrer mais ou menos pessoas", afirma Miguel Srougi
Foto: Reprodução/ Youtube
Um dos principais médicos do Brasil, o urologista Miguel Srougi, professor titular na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), avalia que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresenta uma postura "absolutamente incorreta" ao contrariar ações de importantes países do mundo diante da pandemia da Covid-19.
Bolsonaro defende que a quarentena vai prejudicar a economia, não mantém o próprio isolamento social e cria conflitos com governadores e integrantes do governo.
"Existe uma disfunção política em um momento muito difícil para o Brasil e para o mundo na área de saúde. A simples ideia [de Bolsonaro] de não agir, sem isolamento social para impedir aglomerações de pessoas, pode ser preponderante para sabermos se vamos ter mil ou 10 mil mortes", disse o urologista ao UOL.
"Tecnicamente, o que está sendo feito no Brasil é correto graças a governadores e a um ministro competente. Já a postura do presidente é absolutamente incorreta. Ele se sensibilizou com o apelo de grandes empresas de que não podiam parar e menosprezou vidas. Para ele, não faz diferença se vão morrer mais ou menos pessoas", completa o professor da USP.
Srougi é médico do hospital Vila Nova Star, onde Bolsonaro ficou 10 dias internado em setembro do ano passado. Ele foi reconhecido por ter tratado políticos importantes enquanto trabalhava no hospital Sírio-Libanês, a exemplo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de sua ex-mulher, Marisa Leticia, do também ex-presidente Michel Temer (MDB) e do ex-ministro Ciro Gomes.
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