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Terça-feira, 26 de março de 2024

Saúde

Professor de Medicina da USP diz que Bolsonaro está absolutamente incorreto

"Para ele, não faz diferença se vão morrer mais ou menos pessoas", afirma Miguel Srougi

Professor de Medicina da USP diz que Bolsonaro está absolutamente incorreto

Foto: Reprodução/ Youtube

Por: Juliana Almirante no dia 09 de abril de 2020 às 11:34

Um dos principais médicos do Brasil, o urologista Miguel Srougi, professor titular na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), avalia que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresenta uma postura "absolutamente incorreta" ao contrariar ações de importantes países do mundo diante da pandemia da Covid-19.

Bolsonaro defende que a quarentena vai prejudicar a economia, não mantém o próprio isolamento social e cria conflitos com governadores e integrantes do governo.

"Existe uma disfunção política em um momento muito difícil para o Brasil e para o mundo na área de saúde. A simples ideia [de Bolsonaro] de não agir, sem isolamento social para impedir aglomerações de pessoas, pode ser preponderante para sabermos se vamos ter mil ou 10 mil mortes", disse o urologista ao UOL.

"Tecnicamente, o que está sendo feito no Brasil é correto graças a governadores e a um ministro competente. Já a postura do presidente é absolutamente incorreta. Ele se sensibilizou com o apelo de grandes empresas de que não podiam parar e menosprezou vidas. Para ele, não faz diferença se vão morrer mais ou menos pessoas", completa o professor da USP.

Srougi é médico do hospital Vila Nova Star, onde Bolsonaro ficou 10 dias internado em setembro do ano passado. Ele foi reconhecido por ter tratado políticos importantes enquanto trabalhava no hospital Sírio-Libanês, a exemplo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de sua ex-mulher, Marisa Leticia, do também ex-presidente Michel Temer (MDB) e do ex-ministro Ciro Gomes.