
Saúde
Badaró: estudos apontam que, se não fosse a quarentena, teríamos dobro de mortos
Questionado por um ouvinte da Metrópole sobre a queda da letalidade do coronavírus, infectologista endossou o posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Foto: Metropress
O médico infectologista Roberto Badaró comentou os dados referentes a estudos sobre a pandemia de coronavírus. Ele avaliou a divulgação de 2.620 estudos compilados em meta-análise pela Cochrane, ferramenta que reúne as principais análises científicas. Segundo o especialista, a ciência começa a dar evidências concretas e mostrar estudos sobre a efetividade da quarentena.
"Em casos confirmados, se fez a quarentena, metade dos casos teriam ocorrido. 81% contra 40%. Metade das mortes foram evitadas, de 63% contra 31%. Os estudos foram consistentes nas três epidemias, tanto nessa quanto nas outras dos coronavírus. Se não tivesse feito a quarentena, teria feito o dobro no número de casos e mortos. Eles olharam diferentes tipos de intervenção, incluíram estudos combinados, como isolamento de quarentena e outas medidas", diss Badaró, em entrevista a Mário Kertész hoje (23), na Rádio Metrópole.
"A quarentena é fundamental. No São João, alguns promoveram a quarentena onde as pessoas podem se reunir. Mas não pode ter essa multidão. A ciência nos dá esse conforto de que não estamos perdendo tempo dentro de casa", declarou o infectologista.
Questionado por um ouvinte da Metrópole sobre a queda da letalidade do coronavírus, Badaró endossou o posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Estamos chegando no platô, claro que estamos vendo que existem variações genéticas desse vírus. Grupos inteiros têm uma doença leve, simples e até despercebida. Mas com algumas pessoas é severa e rápida. Não acho que houve uma modificação ou adaptação [na letalidade]. O que está havendo é o efeito da disseminação dessas pessoas que não estão com doenças severas", avaliou o cientista.
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