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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Bye, bye, Trump: o palhaço que não deixará saudades

Eleito em 2016 com a promessa de tornar a América "Grande de Novo", ex-apresentador de reality show envergonhou americanos e motivou votação inédita no país

Bye, bye, Trump: o palhaço que não deixará saudades

Foto: Shealah Craighead/White House

Por: Matheus Simoni no dia 08 de novembro de 2020 às 11:47

Ao ser anunciado como candidato republicano à presidência dos Estados Unidos neste ano, Donald Trump parecia encarnar uma realidade diferente da vivida pelos americanos. Negacionista e mentiroso, o ex-apresentador de reality shows nos EUA ignorou a mais severa crise sanitária já enfrentada pela humanidade nos tempos modernos, inspirando outros líderes autoritários ao redor do planeta. Após um mandato com polêmicas, controvérsias, falácias e ataques racistas, o povo americano se uniu em prol de uma campanha para barrar a escalada autoritária de Trump.

Coube a Joe Biden, ex-senador e ex-vice-presidente dos Estados Unidos, encabeçar uma chapa, acompanhado da ex-procuradora do distrito de San Francisco e do estado da Califórnia Kamala Harris. A escolha dela era uma mensagem direta a Trump: uma mulher, negra e filha de imigrantes, qualitativos nunca antes vistos por uma ocupante da Casa Branca. O que se viu na apuração de votos foi reflexo da insatisfação do povo americano com o seu então líder. A participação maciça de mulheres, negros, imigrantes e pessoas das mais variadas classes sociais fez com que Biden fosse o candidato mais votado da história do país. 

No entanto, a vitória do partido Democrata americano vai além. O exemplo dado pelos estadunidenses reflete um basta imposto contra o perfil de Trump. Populista, racista e machista, o bilionário colecionou ataques a diferentes frentes e teve que ser freado por quem antes o dava espaço aberto para suas mentiras. Tornou-se o primeiro presidente a ser freado por publicar informações sem veracidade no Twitter. Durante o período da apuração dos votos, Trump chegou a ter seus tweets marcados como mensagens de informações duvidosas pea rede social, o que inviabilizou a propagação das suas mentiras.

Agora, Trump se recusa a aceitar a derrota e promete travar uma batalha nos tribunais para convencer as pessoas de que ganhou a eleição. Seu mandato vai até o dia 20 de janeiro, data da posse de Biden. Caso se recuse a deixar a Casa Branca, ele pode ser até retirado a força. Mesmo alegando uma suposta "fraude" no sistema eleitoral americano, a campanha de Donald Trump não apresentou até agora uma só prova do que afirma. A transição, segundo a imprensa americana, já começou a ser tocada nos bastidores do alto escalão do governo dos EUA. 

O que Biden promete é que seja um momento de "recuperar" o país dividido após a Era Trump. "Prometo ser um presidente que não quer dividir, mas unificar. Alguém que não vê os estados vermelho e azul, e, sim, os Estados Unidos. E que trabalhará com todo o coração para conquistar a confiança de todo o povo", disse em discurso após ser eleito. "Esta noite o mundo inteiro está olhando para a América. Eu acredito no nosso melhor. A América é um farol para o mundo com o seu melhor. Nós vamos liderar não apenas pelo exemplo do nosso poder, mas também pelo poder do nosso exemplo".

De fato, a unificação necessária ao país é mais do que fundamental para garantir uma possível harmonia nos próximos anos. Só o fato de não ter um "palhaço", como o próprio Joe Biden chamou Trump em um debate ainda na campanha eleitoral, já segmenta um caminho de prosperidade. O "Trumpismo" perdeu e a mentira triunfou sobre a verdade, a indecência perdeu para a civilidade, o egoísmo sucumbiu diante do coletivo e o ódio foi superado pela tolerância. 

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