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Propaganda que mata
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A corrente que se interessa por ter presença política é naturalmente a pior, porque a política é também um meio de enriquecimento fácil
Foto: Reprodução
O que se passa com os israelenses e com com os judeus, em geral, é aquela história que existe também na bancada evangélica: há a corrente do trigo e há a corrente do joio. E não é surpreendente para ninguém que a corrente do joio esteja fazendo o que está fazendo em Gaza: a mortandade, a crueldade, a indiferença pelo sofrimento e pela perda de vida de crianças que mal começaram a existência.
Isso é apenas a continuidade do que essa corrente já fazia desde que teve a oportunidade na década de 1940. O que eles fizeram com os palestinos foi exatamente isso. Seja lá pelo que for do ponto de vista eleitoral - ou seja da escolha da população israelense, por desinformação, por má informação ou por índole, por ideologia mesmo, por uma visão distorcida da religião -, essa corrente foi sempre muito bem tratada pelos eleitores em Israel. Sempre, desde que constituído o Estado de Israel.
Não é à toa. Benjamin Netanyahu não deu um golpe para se instalar ali. Menachem Begin, primeiro-ministro de Israel entre 1977 e 1983, antes disso foi o chefe do mais terrível bando terrorista que houve no Oriente Médio.
Interesses e derrotas no Parlamento
Isso acontece na maioria das religiões sobre as quais a gente sabe alguma coisa. A corrente que se interessa por ter presença política é naturalmente a pior, porque a política é também um meio de enriquecimento fácil. Então é natural que a gente se depare com o resultado disso, que é, em termos políticos, esse que se viu na semana passada no Congresso: a certeza de que a fake news e o mau uso da internet acontecerá na disputa eleitoral.
Esse é exatamente o motivo pelo qual os parlamentares votaram, na terça-feira (28) passada, para que não haja punição a quem faça esse uso deturpador da internet contra a limpeza e a honestidade das eleições. Estamos vendo essas coisas se repetirem. Esses votos se repetirem.
Os votos de terça-feira foram particularmente gritantes na guerra que o Congresso impôs, puxada pelo Centrão e os evangélicos, ao governo vetar o desejo de manter a punição a quem fizer uso indevido da internet na eleição. Então teremos esse comportamento desonesto liberado pelo Congresso para as próximas eleições até que venha a ser possível apresentar e votar um novo projeto contra o uso abusivo e indecente da internet no sentido político.
* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras
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