Agosto: a fama não é gratuita

O que tem de desgraça neste mês de agosto ao longo da história é impressionante. A fama não é gratuita. Começa que é o mês do cachorro doido, porque há uma tendência dos cães pegarem raiva em agosto, e é o mês também de chuva de meteoritos.

É uma loucura o que tem de tragédia no Brasil neste mês. Temos uma grande desgraça histórica que foi o suicídio de Getúlio Vargas em 24 de Agosto 1954, fato que marcou a história do país para sempre. Nesse mesmo dia, anos atrás (79 depois de Cristo), tivemos a destruição de Pompeia com a erupção do vulcão Vesúvio e ainda a ocupação de Roma pelos visigodos (no ano 410). Em 23 de agosto de 1939, teve a assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop entre os nazistas e a União Soviética, que desmantelou boa parte dos partidos comunistas, por isso é uma data sinistra para a esquerda comunista.

Tem o início da Primeira Guerra Mundial, o começo da construção do muro de Berlim, o auge da Guerra Fria nos anos 50, as bombas de Hiroshima e Nagasaki, a derrubada do governo Mossadegh no Irã, um jogada da CIA e de Washington.

Já no Brasil, teve também em agosto a renúncia de Jânio Quadros em 25 de agosto de 1961. E mais recentemente tivemos aqui o golpe em Dilma e a rejeição da candidatura de Lula, tudo em agosto. Uma vez eu li até que Jack, O Estripador inaugurou sua matança serial neste mês.

Há quem suspeite que o suicídio de Cleópatra tem tenha tem iniciado essa superstição. E é uma loucura o tanto de gente que morreu em agosto. Claro, como diz o português, nascem uns e morrem outros, mas teve morte de muita gente importante. No Brasil, por exemplo, tem Juscelino Kubitschek, Glauber Rocha, Carlos Drummond de Andrade, Dorival Caymmi. Tudo isso vai marcando e fortalecendo essa fama de mês do desgosto.

* A análise foi feita pelo jornalista no Três Pontos da última quinta-feira, quando ele estreou na bancada do programa