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Acenos para 2026

Acenos para 2026

O processo da eleição já está na rua. Foi antecipado, assim como a violência do jogo

Acenos para 2026

Foto: Reprodução

Por: metro1 no dia 04 de julho de 2025 às 06:05

A derrubada do projeto de alta do Imposto sobre Aplicações Financeiras (IOF) - basicamente ou principalmente para quem é rico, com o objetivo de que se pudesse isentar de imposto quem ganha até R$ 5 mil e progressivamente até R$ 7 mil - é obviamente um ataque ao cerco do governo Lula. Dane-se quem não for rico ou não tiver pelo menos uma bela grana, o alvo claríssimo disso é 2026, é acenar para os aliados que já não são aliados  mas que ainda fazem de conta que são e dar mais um passo da candidatura Tarcísio de Freitas. 

Olha o que se tornou esse país. Ciro Nogueira, ex-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, se pôs na condição de chantagista ao dizer que, se o Governo recorrer ao Supremo Tribunal Federal pela inconstitucionalidade dessa decisão do Congresso contra o projeto do IOF, isso piorará o país. Bom para o país é quem? O Ciro Nogueira e tudo que ele encarna e representa?

E esse é um exemplo do que se organiza para 2026. E não é do nada, vem acontecendo progressivamente. Para a próxima eleição, os candidatos de direita precisam, queiram ou não, do apoio do Bolsonaro em vários lugares, porque ele ainda tem popularidade para isso. A troca será, obviamente, a anistia para Bolsonaro. É tudo muito claro. O candidato, clarissimamente, é Tarcísio de Freitas. Se por acaso a economia melhorar e o Lula ganhar pontos nas pesquisas, darão meia-volta.

Na semana que vem, todos vão para suas bases. Em julho, o Congresso é fechado e está todo mundo discutindo as alianças. “Quem é o candidato do ano que vem a prefeito? Quem é candidato a governador? Como é que vai ser?” O processo da eleição presidencial já está na rua. Isso foi antecipado, assim como foi antecipado a violência do jogo. Não sou eu que vou ensinar política a Lula, mas gostaria de saber dele: qual o jogo a ser feito? Esperar que a economia se recupere? Me parece que há aí uma questão na cabeça dele, uma questão de qual é o timing para fazer o quê. E evidentemente, pode se perder esse timing.

*A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras