"Exílio" de conspiração

Eu continuo esperando que o Supremo Tribunal Federal adote uma providência contra a finalidade da presença de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, porque ele faz lá - e foi lá para isso -, uma campanha ostensiva, agressiva, cínica contra o Supremo Brasileiro e, portanto, contra a Constituição e nosso sistema Jurídico.

Isso é uma atitude, suponho eu, criminosa. Caso algo não seja feito em relação a isso, seria a concessão de mais um privilégio pelo fato de que se trata de um político eleito, de um congressista. O Supremo não se move à espera de que o próprio Congresso se mova, o que não acontecerá, porque nós já sabemos como é o Congresso atual.

Terminou no último dia 16 de julho a licença de 120 dias de Eduardo Bolsonaro para isso que ele chama de “exílio”. Ele fugiu para os Estados Unidos objetivando conspirar contra a Constituição Brasileira e a democracia e, mesmo assim, diz estar exilado. A atuação do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a ser alvo de um inquérito que apura coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Caso o parlamentar falte mais de um terço das sessões plenárias realizadas num ano, ele pode perder o mandato.

Mas vamos ver qual saída ou manobra e quanta esperteza virá do Congresso para continuar protegendo, dando cobertura a essa campanha insolente que ele faz. Por menos que alguém desgoste do Supremo e do sistema Judiciário, essas são partes integrantes do sistema que tenta se transformar em democracia, e para isso depende que não seja agredido solenemente.

* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras