Tenso e provocador, filme ‘Não Fale o Mal’ subverte o medo social de dizer "não" em um pesadelo sutil e perturbador

Não Fale o Mal, disponível no Prime Video, parte de uma situação aparentemente banal — o reencontro entre duas famílias em um fim de semana no interior — para construir um dos filmes mais perturbadores dos últimos anos. A tensão começa sutil, quase imperceptível, e vai crescendo até ser impossível ignorar.

Dirigido por Christian Tafdrup, o longa dinamarquês brinca com os códigos sociais do “ser gentil” em situações desconfortáveis. A sensação é de algo inquietante, porque o desconforto está justamente nos pequenos gestos, nos silêncios, nos limites ultrapassados — e em como fingimos não ver algumas coisas para manter a boa convivência.

O roteiro e a trilha sonora tornam tudo ainda mais claustrofóbico, mesmo em cenários amplos e aparentemente tranquilos. A sensação é de que algo está sempre prestes a dar errado, mas o filme faz questão de estender esse momento, como se testasse a paciência — ou a passividade — do público.

Não Fale o Mal é um terror psicológico sem monstros nem efeitos, mas com um dos finais mais incômodos e únicos do gênero. Um filme que nos faz repensar o poder da palavra “não” e o perigo de não usá-la a tempo.