Indicações da Metropole
Série ‘Origem’ transforma uma estrada em porta de entrada para um suspense sobre a sobrevivência e o sobrenatural

Obra publicada em 1973 expõe os desejos e anseios da juventude brasileira na época do regime militar
Foto: Reprodução
As Meninas, de Lygia Fagundes Telles, marcou minha vida desde a primeira vez que li, há dez anos, e não à toa se tornou meu livro favorito. A obra, publicada em 1973, narra os conflitos pessoais de três jovens de vinte e poucos anos: Lorena, Lia e Ana Clara. A princípio, você pode até achar que é algo meio bobo, mas uma leitura atenta revela os motivos que fizeram desse livro um clássico.
Lygia Fagundes Telles usa uma técnica narrativa pouco comum: a história é contada ora em primeira pessoa, com as impressões e sentimentos das três meninas, ora em terceira pessoa, como alguém que vê de fora as ações. Assim, o leitor consegue se sentir "dentro da cabeça" das amigas Lorena, Lia e Ana Clara, ao mesmo tempo em que tem um olhar objetivo sobre o que acontece.
Por meio dos dilemas das meninas, a gente entende um pouco dos anseios da juventude brasileira na época do regime militar. Lorena é uma jovem sensível e romântica, apaixonada por um homem mais velho. Lia é uma estudante de Ciências Sociais que teve o namorado preso pelo regime militar. Já Ana Clara é uma modelo com problemas de dependência química. As três moram juntas em um pensionato de freiras, e as conversas e pensamentos delas tratam de costumes e assuntos da década de 1970, como radicalização política, liberação sexual da mulher e experiências com alucinógenos.
Em "As Meninas", a narrativa é sensível e intensa, com um final absolutamente inesperado, capaz de dar um nó na cabeça do leitor. Mas não posso dizer mais do que isso, ou estaria dando um grande spoiler. O livro está disponível para compra nos formatos físico e digital.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.