Bahia
Paulo Ormindo destaca papel da Europa na defesa do patrimônio histórico
Por mais de 30 anos, ele foi o responsável pela confecção do material de proteção do Acervo Cultural da Bahia (IPAC-BA)
Foto: Tácio Moreira/Metropress
O arquiteto, urbanista e professor Paulo Ormido foi entrevistado hoje (27) por Mário Kertész na Rádio Metrópole, durante o horário de entrevistas do Jornal da Metrópole no Ar, e destacou o processo de elaboração de inventários do patrimônio material de Salvador e da Bahia. Por mais de 30 anos, ele foi o responsável pela confecção do material de proteção do Acervo Cultural da Bahia (IPAC-BA).
Ormindo também atuou como consultor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Organização das Nações Unidades para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para assuntos de restauração de monumentos e sítios, com numerosas missões na América do Sul, Caribe e África.
"O patrimônio era sempre visto a uma questão da ligada à nacionalidade. No Brasil, o patrimônio surge em 1937, ligado à afirmação da identidade", declarou. Ormindo pontuou o papel da Europa na concepção desses ideais.
Em Roma-ITA, onde fez um curso ligado à área, o arquiteto comentou a conscientização do patrimônio como um material rico para a sociedade em geral. "A Itália foi para mim um deslumbramento, porque a imagem que a gente tinha da Itália era com aqueles filmes cômicos, uma coisa muito jocosa, ou então uma imagem muito romantizada. A Itália era riquíssima, mas não apenas no aspecto da arquitetura. A realização do renascimento é uma coisa notável, porque você tira o centro do universo do divino para o humano, além da criação do Estado moderno", disse.
Ormindo também ressaltou a importância de Leonardo da Vinci, sobre quem está lendo um livro. "Ele é um cara com uma enorme curiosidade, e que vai investigar tudo que ele não tinha resposta. O voo das árvores, o comportamento dos líquidos, a anatomia humana. O corpo humano era uma coisa sagrada, você não podia violar. É o primeiro a fazer cortes para ver o corpo, o primeiro mapeamento de veias e artérias, tudo foi feito por Leonardo da Vinci. Acho que a figura do artista eclipsou um pouco o inventor e o cientista. Ele é um dos fundadores da ciência moderna, no sentido da ciência empírica, e não dedutiva, como era a dos gregos e romanos. (...) Pra mim foi realmente uma coisa notável essa aproximação com a Itália", acrecentou.
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