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Advogado processa Cátia Raulino por estelionato e denuncia racismo por universidade

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Advogado processa Cátia Raulino por estelionato e denuncia racismo por universidade

Hoje, ainda professor da UniRuy, Marinho Soares diz que teve apoio da atual direção da UniRuy

Advogado processa Cátia Raulino por estelionato e denuncia racismo por universidade

Foto: Divulgação

Por: Alexandre Galvão no dia 31 de agosto de 2020 às 16:32

Preterido na disputa pelo cargo de coordenador do curso de Direito da UniRuy, o advogado Marinho Soares decidiu processar a suposta jurista Cátia Raulino por estelionato. Ele contou ao Metro1 que em 2016 participou de processo seletivo para o posto com Raulino, tinha mais titulações do que ela e ainda assim não foi escolhido. 

Segundo Soares, uma professora que atuava na instituição disse que a escolha de Cátia Raulino teve como base a cor da pele dele. “Uma professora disse que eu não fui escolhido por ser preto”, contou. 

“Se nós acreditarmos que toda aquela titulação que ela diz ter for verdadeira, à época, em 2016, eu tinha uma graduação a mais e cinco especializações também. Se tudo isso que ela diz ser fosse verdadeiro, eu ainda estaria na frente dela”, completa. 

Além dos títulos, Marinho conta que outros pedidos do edital não foram respeitados na contratação de Cátia Raulino – que, como mostrou o Metro1, não tem graduação, mestrado ou doutorado, como alegou ter para ensinar em diversas instituições da Bahia. “O edital dizia que o candidato tinha que ter no mínimo um ano como professor da instituição. Ela não tinha”, relata. 

O advogado relatou todos esses questionamentos à direção da universidade, através de e-mail. Hoje, ainda professor da UniRuy, ele diz que teve apoio da atual direção. “O reitor da universidade me ligou, hipotecou toda solidariedade e disse que não compactuava com isso. O grupo hoje não é o mesmo do anterior. Eu, particularmente, estou confortável. A questão racial é muito cara para mim. Independente de estar ou não na faculdade ainda, me senti na obrigação de ir na imprensa”, afirmou. 

De acordo com Marinho Soares, ele não acredita que Cátia Raulino tenha tido influência direta na escolha racista, mas vê na “colega de profissão” o crime de estelionato. “A partir do momento que ela falsifica documento para ter vantagem econômica, ela passa a ser estelionatária”, afirmou. Ele vai depor amanhã (1º), na 9ª delegacia, na Boca do Rio. 

O Metro1 buscou a UniRuy que afirmou "não compactuar com atitudes dessa natureza". "O Centro Universitário reforça que repudia qualquer manifestação de discriminação ou preconceito, seja por raça, gênero, crença ou condição social, e esclarece que atitudes dessa natureza não representam os seus valores. A instituição reafirma o seu respeito à pluralidade e atua na promoção de um ambiente corporativo inclusivo e respeitoso, o que reflete nos diversos perfis de colaboradores que fazem parte da nossa comunidade". 

A reportagem procurou ainda a defesa de Cátia Raulino, que, após publicação, afirmou que ela apenas participou do processo seletivo "e não teve ingerência no resultado".

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