
Brasil
Adeptos da umbanda e do candomblé triplicam em 10 anos no Brasil; RS lidera ranking
Censo 2022 revela avanço territorial e maior identificação com religiões afro-brasileiras

Foto: Agência Brasil
O número de adeptos da umbanda e do candomblé no Brasil triplicou em uma década, conforme o Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto Brasieliro de Geografia e Estatística (IBGE). A porcentagem de pessoas em religiões de matriz africana passou de 0,3%, em 2010, para 1% da população. O Rio Grande do Sul lidera com 3,2% de seguidores, superando estados como Bahia (1%) e Rio de Janeiro (2,5%).
O avanço territorial dessas crenças foi significativo: em 2010, 3,9 mil municípios não registravam nenhum adepto; em 2022, esse número caiu para 1,8 mil. No Sul e Sudeste, o crescimento foi expressivo: de 0,64% para 1,6% e de 0,38% para 1,4%, respectivamente. A menor presença está na região Norte, com 0,3%, onde há maior crescimento evangélico.
Em termos raciais, 56% dos praticantes se declaram pretos ou pardos (23% e 33%, respectivamente), enquanto brancos representam 42% — índice menor que os 48% de 2010. Indígenas e amarelos somam 0,3%. O levantamento é baseado em respostas da população a perguntas sobre crença ou prática religiosa.
Pesquisadores atribuem o aumento à valorização cultural e à maior disposição em se declarar praticante dessas religiões, antes ocultadas por preconceito. Segundo o IBGE, parte dos atuais seguidores pode ter migrado do espiritismo ou catolicismo, o que revela uma identificação mais clara com a ancestralidade africana.
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