
Brasil
Impacto das mudanças climáticas em crianças preocupa 8 em cada 10 brasileiros
Estudo revela percepção pública sobre riscos à saúde, acesso à água e segurança de crianças de 0 a 6 anos

Foto: Arquivo/Agência Brasil
A um mês da COP30, que será realizada em Belém (PA), um estudo inédito do Datafolha em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal revela que 82% dos brasileiros se preocupam com os efeitos das mudanças climáticas em crianças de 0 a 6 anos. O levantamento mostra que os maiores temores estão ligados à saúde infantil, especialmente doenças respiratórias, apontadas por 70% dos entrevistados. Outros riscos citados incluem desastres naturais (39%) e dificuldade de acesso à água e alimentos (32%).
A preocupação popular está alinhada com dados científicos. O Núcleo Ciência pela Infância (NCPI) estima que crianças nascidas hoje enfrentarão 6,8 vezes mais ondas de calor do que seus avós. A Sociedade Brasileira de Pediatria alerta que a poluição do ar já causa cerca de 465 mortes diárias de crianças menores de cinco anos. Mariana Luz, CEO da fundação responsável pelo estudo, defende a inclusão da proteção à infância na agenda climática, destacando a injustiça de um grupo tão vulnerável ser um dos mais afetados por uma crise que não causou.
Entre as medidas propostas estão investimentos em atenção primária à saúde, saneamento básico, reassentamento digno para famílias afetadas e instalação de zonas climatizadas em creches e escolas, especialmente em bairros densos, que podem ser até 5°C mais quentes. Apesar da preocupação geral, apenas 6% dos entrevistados acreditam que a sociedade encontrará soluções eficazes para mitigar os danos, enquanto 15% esperam que a crise aumente a consciência ambiental nas futuras gerações.
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