Quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Brasil

/

MPF dá 48 horas para IML entregar laudos das vítimas da megaoperação no Rio de Janeiro

Brasil

MPF dá 48 horas para IML entregar laudos das vítimas da megaoperação no Rio de Janeiro

Pedido inclui detalhes sobre lesões, trajetória de tiros e fotos dos corpos; operação teve 119 mortos e é a mais letal da história do Rio

MPF dá 48 horas para IML entregar laudos das vítimas da megaoperação no Rio de Janeiro

Foto: Eusébio Gomes/TV Brasil

Por: Metro1 no dia 29 de outubro de 2025 às 17:03

O Ministério Público Federal (MPF) deu prazo de 48 horas para que o Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro envie todos os dados da perícia dos corpos das vítimas da megaoperação policial realizada nesta terça-feira (28) nas comunidades da Penha e do Alemão, na zona norte da capital.

O pedido foi feito nesta quarta-feira (29) pelo procurador regional dos direitos do cidadão adjunto, Julio José Araujo Junior, que justificou a urgência diante da gravidade do caso. O MPF solicita que os laudos necroscópicos incluam a descrição completa das lesões internas e externas, a trajetória dos projéteis, o exame radiográfico dos corpos, croquis e fotos detalhadas das vítimas.

A operação, que reuniu 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, deixou 119 mortos — incluindo quatro policiais — e foi classificada por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) como a mais letal já registrada no estado desde 1990.

Enquanto o governo do Rio afirma que os mortos eram “narcoterroristas” ligados ao Comando Vermelho, movimentos de direitos humanos e o Alto Comissariado da ONU classificaram a ação como uma chacina e cobraram investigação independente.

O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União também pediram explicações ao governador Cláudio Castro (PL), solicitando que o governo comprove que seguiu as regras da ADPF 635 — decisão do Supremo Tribunal Federal que define protocolos para reduzir a letalidade policial.

O governador, por sua vez, chamou a ADPF de “maldita” e disse que a norma “atrapalha o trabalho policial e beneficia criminosos”. O ministro Alexandre de Moraes, relator temporário da ação, deu 24 horas para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre a operação.