
Brasil
Desmatamento na Amazônia cai 11% e tem menor taxa em 11 anos
Inpe aponta queda contínua desde 2021; governo Lula atribui resultado à fiscalização, mas pesquisadores alertam para aumento de áreas degradadas

Foto: Polícia Federal/divulgação
A área desmatada na Amazônia foi de 5.796 km² entre agosto de 2024 e julho de 2025, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O número representa queda de 11% em relação aos 12 meses anteriores, quando o desmatamento atingiu 6.288 km². Essa é a menor taxa registrada em 11 anos, marcando o quarto ano consecutivo de redução.
Os dados fazem parte do relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais. Diferente do Sistema Deter, que apresenta alertas mensais, o Prodes consolida os números ao fim de cada ciclo.
As taxas de devastação vinham em alta desde 2015, alcançando 13 mil km² em 2021. O recuo começou em 2022, no último ano do governo Jair Bolsonaro, com 11.594 km² de área desmatada.
Redução antes da COP30
O anúncio ocorre menos de duas semanas antes da COP30, conferência do clima que será realizada em Belém (PA), e é tratado como boa notícia pelo governo Lula. O presidente pretende apresentar no evento o Fundo Tropical das Florestas (TFFF), que deve financiar projetos de proteção e recuperação ambiental na Amazônia e em outros biomas.
De acordo com o governo federal, a queda reflete o reforço na fiscalização e o combate a atividades ilegais na região, além de representar um avanço rumo à meta de desmatamento zero até 2030.
Alerta sobre degradação florestal
Apesar do resultado positivo, pesquisadores do Inpe destacaram um aumento expressivo na degradação florestal, processo em que a mata perde cobertura vegetal gradualmente, sem ser totalmente derrubada. Segundo o instituto, a taxa de degradação atingiu 38% neste ano, o que pode comprometer a regeneração da floresta a longo prazo.
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