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COP30 inicia semana decisiva com pressão por consensos climáticos

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COP30 inicia semana decisiva com pressão por consensos climáticos

Ministros e representantes de alto escalão tentam avançar em temas sensíveis, como financiamento, adaptação e metas de redução de emissões

COP30 inicia semana decisiva com pressão por consensos climáticos

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 17 de novembro de 2025 às 14:04

Atualizado: no dia 17 de novembro de 2025 às 15:08

Cerca de 160 ministros e delegados de diversos países participam, nesta segunda-feira (17), da plenária de alto nível da COP30, que está na última semana.

Os debates buscam consenso em temas considerados críticos, como financiamento para ações climáticas, parâmetros de adaptação e mecanismos de implementação e monitoramento das metas de redução de emissões de gases do efeito estufa.

A sessão foi aberta pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. As discussões desta fase ocorrem em nível político, com autoridades capazes de definir os acordos que podem ser fechados ainda nesta edição da conferência.

“O tempo das promessas já passou. Cada fração de grau adicional no aquecimento global representa vidas em risco, mais desigualdade e mais perdas para aqueles que menos contribuíram com o problema”, afirmou Alckmin na abertura.

“Esta COP deve marcar o início de uma década de aceleração e entrega, o momento em que o discurso se transforma em ação concreta, em que deixamos de debater metas e passamos a cumpri-las”, acrescentou.

Segundo negociadores, houve avanços importantes em diversos itens da agenda, que reúne 145 pontos já acordados. Um boletim oficial da organização reforça que, com a transição das negociações do nível técnico para o político, as discussões se intensificam em torno de adaptação, transição justa, financiamento climático e outras questões que precisam de consenso até o fim da semana.

A segunda semana começa com um foco comum: colocar a natureza no centro da ação climática. Isso inclui reforçar compromissos para proteger florestas, assegurar os direitos de povos indígenas e comunidades locais e ampliar soluções baseadas na natureza como pilares do progresso global.

Entre os temas prioritários está a definição de indicadores de adaptação climática. A negociação inclui uma lista final de até cem indicadores, abrangendo dimensões nacionais, temáticas e de meios de implementação, como financiamento, capacitação e tecnologia.

Também estão na pauta debates sobre direitos e liderança de povos indígenas e afrodescendentes, além do papel da governança indígena no fortalecimento de mecanismos emergentes de financiamento climático.

Dois temas antes travados ganharam novo impulso: a elaboração de mapas do caminho para o fim gradual dos combustíveis fósseis e para alcançar o desmatamento zero.

O financiamento climático continua sendo um dos pontos mais sensíveis. Vários encontros estão previstos para tentar destravar consensos sobre fontes de recursos. Entre os assuntos em debate está a implementação do Artigo 9.1 do Acordo de Paris, que determina que países desenvolvidos devem fornecer recursos financeiros para apoiar nações em desenvolvimento na mitigação e adaptação climática.

Na COP29, em Baku, ficou estabelecida a meta de US$ 300 bilhões anuais, considerada insuficiente. As presidências da COP29 e COP30 sugeriram mobilizar até US$ 1,3 trilhão por ano, mas não há garantia de avanços nesta conferência. Países em desenvolvimento defendem que esse volume é essencial para dar andamento a ações de mitigação e enfrentar a emergência climática global.