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Revisão do IBGE altera limites de Cerrado e Mata Atlântica entre Minas e São Paulo

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Revisão do IBGE altera limites de Cerrado e Mata Atlântica entre Minas e São Paulo

Cerrado ganha 1,8% de área e Mata Atlântica perde 1%, sem relação com desmatamento

Revisão do IBGE altera limites de Cerrado e Mata Atlântica entre Minas e São Paulo

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 18 de novembro de 2025 às 14:26

Os limites dos biomas Cerrado e Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais (MG) e São Paulo (SP) passaram por revisão realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo divulgação feita nesta terça-feira (18), o Cerrado ampliou sua área em 1,8%, enquanto a Mata Atlântica teve redução de 1%.

O IBGE esclarece que as mudanças resultam exclusivamente de critérios técnicos, sem relação com desmatamentos, reflorestamentos ou alterações reais na vegetação. A revisão considerou elementos como clima, geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação, com maior impacto nas áreas de transição entre florestas estacionais e savanas.

Ao todo, cerca de 19.869 km² tiveram seus limites ajustados, sendo 816 km² em Minas Gerais e 19.053 km² em São Paulo. A revisão contemplou apenas Cerrado e Mata Atlântica; os demais biomas não foram avaliados nesta etapa.

Em Minas Gerais, a área de Mata Atlântica foi ampliada na região metropolitana de Belo Horizonte, que agora passa a ter todo o município inserido no bioma, incluindo áreas ao norte da capital. Já em São Paulo, o Cerrado avançou sobretudo no centro-norte do estado, onde uma lei específica protege esse bioma desde 2009.

As áreas revisadas abrangem o nordeste paulista, parte do Triângulo Mineiro e a Serra do Espinhaço. Entre os municípios afetados estão, em Minas Gerais, Sacramento, Uberaba, Fronteira, Planura, São Sebastião do Paraíso, Diamantina, Conceição do Mato Dentro, Belo Horizonte, Florestal e Juatuba. Em São Paulo, Franca, Barretos, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Piracicaba, Mococa e Votuporanga.

As atualizações fazem parte de um processo recorrente iniciado após o lançamento, em 2019, da publicação Biomas e Sistema Costeiro Marinho do Brasil, que redefiniu a escala de mapeamento dos biomas. O material utiliza a escala 1:250 mil, 20 vezes mais detalhada que a anterior, de 1:5 milhões, exigindo revisões contínuas para ajustar os limites conforme o aperfeiçoamento técnico.

As alterações são realizadas por meio de análises integradas de especialistas e expedições de campo, motivadas inclusive por demandas de organizações da sociedade civil e órgãos ambientais. Até agora, cinco expedições já foram realizadas pelo IBGE para confirmar os limites dos biomas.