
Brasil
Empresa baiana é alvo de operação da Polícia Federal sobre vírus letal em ararinhas-azuis
Segundo investigação, empresa teria descumprido protocolos de biossegurança impostos pelo ICMBio para gerenciar emergência do vírus

Foto: Claudia Brasileiro / Divulgação CRBio 05
A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (3) a operação Blue Hope e cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Curaçá, no norte da Bahia, e em Brasília, no Distrito Federal, resultado da investigação sobre o vírus letal que atinge as ararinhas-azuis, espécie em extinção.
Segundo as investigações, as empresas que fazem a reintrodução dos animais à natureza na Bahia teriam descumprido protocolos sanitários. O Instituto Chico Mendes (ICMBio) divulgou no dia 27 de novembro que todas as ararinhas-azuis que estavam em vida livre na Bahia (11 animais) testaram positivo para o circovírus, patógeno potencialmente grave e letal que danifica os bicos e penas das ararinhas. Já na última terça-feira (2), a entidade informou que, além das 11 aves, outras 20 foram diagnosticadas com o mesmo vírus.
As informações foram refutadas pela gestão do Criadouro Ararinha Azul, que informou que das 98 aves mantidas no espaço, apenas 5 estão com o circovírus, conforme demonstra ao menos um exame. Além disso, ressaltou que trabalha há mais de 15 anos para a conservação da espécie e que segue protocolos rígidos de biossegurança.
A PF informou que apreendeu aves e dispositivos eletrônicos nos imóveis vistoriados e, em nota, informou que o criadouro investigado resistiu às medidas emergenciais que foram determinadas pelo ICMBio, como o isolamento sanitário, testagem seriada e recolhimento das aves em vida livre.
Os investigados poderão responder por matar animais da fauna silvestre, disseminação de doença capaz de causar dano à fauna e obstrução de fiscalização ambiental, penas que somadas podem chegar a oito anos de reclusão, além de sanções administrativas. O Criadouro Ararinha-azul, empresa que gerencia o espaço em Curaçá, foi multado no valor aproximado de R$ 1,8 milhão por não seguir os protocolos de biossegurança.
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