Morador que distribuiu jornal transfóbico no Le Parc diz que "não observou conteúdo"

O jornal de ultradireita 'Redpill e Rapadura' - distribuído por um morador no Condomínio Le Parc Residential Resort, em Salvador - veio do estado da Paraíba. Identificado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), o responsável pela disseminação apresentou em sua defesa o argumento de que "não observou o conteúdo" transfóbico, racista e antivacina, antes de espalhar o material no residencial. 

Promotora de Justiça de Direitos Humanos, Márcia Teixeira explica ao Metro1 que, após a abertura do inquérito, enviou aos advogados do homem uma minuta do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que constam as medidas que serão aplicadas. "Ele simplesmente disse que não observou a gravidade do conteúdo. Agora vou analisar a resposta deles e definir". O MP-BA tem dez dias para deliberar sobre o caso.

Convocado pela Promotoria a prestar informações que pudessem identificar o responsável, o Le Parc cumpriu todas as determinações, acrescenta Márcia. "Nossa intenção é de que ainda neste ano a gente encaminhe esse caso, a pandemia acabou atrasando um pouco os processos".

Ultradireita
O 'Redpill e Rapadura' (pílula vermelha e rapadura — numa referência ao filme Matrix e uma comida típica nordestina) foi colocado na caixa de correio da maioria dos moradores do Le Parc, segundo MP-BA, no início do mês de outubro. Ao todo, são 18 torres, cada uma com 18 andares e quatro apartamentos em cada, o que daria uma tiragem média de 1.296 exemplares do jornal. Com as imagens das câmeras, o MP-BA chegou à autoria da distribuição. Não há informações sobre os responsáveis pela produção do material.