Carregador relembra queda de ponte em São Tomé de Paripe: "Senti que não ia aguentar o peso"

No último sábado (5), o que muita gente já esperava, aconteceu. Uma parte da ponte de São Tomé de Paripe desabou, após meses sem manutenção. Três pessoas caíram no mar e ficaram com leves ferimentos. Destes, dois eram carregadores de mercadoria, que trabalham levando o material das embarcações para a terra firme.

Luís Eduardo de Jesus, 20 anos, é quem aparece no vídeo sendo resgatado no mar por uma boia. Ele conta ter batido a perna na queda e, por isso, não conseguia nadar sozinho.

"Tava descarregando a prancha, e na hora eu tava até falando que a ponte não ia aguentar esse peso todo. Tomei uma topada na perna, não conseguia nadar. O cara que veio com a boia e me pegou", diz ele, que exerce a função há pouco mais de um ano.

Com a ponte interditada, Robson Santos, 34, outro que se acidentou com a queda da ponte, diz que tem se virado como pode. As embarcações estão chegando e parando na praia mesmo. "Hoje chegou uma embarcação grande aqui, foi o maior sacrifício, a maré baixa também dificulta", conta, carregador há tantos anos que nem se recorda a idade exata em que iniciou na profissão.

Em nota, a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra) informou que o terminal marítimo de São Tomé de Paripe seria interditado ainda nesta segunda-feira (6). Serão instalados tapumes para impedir o acesso da população, visto que, na manhã de hoje, as pessoas ainda estavam usando a ponte, mesmo que de forma improvisada.

Quanto à recuperação estrutural da ponte, a Seinfra informou que uma empresa já possui autorização para o serviço, que será realizado em caráter emergencial.  "As providências necessárias para que sejam retomadas a operação com o sistema de transporte no local também estão sendo tomadas", afirmou.