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Com 100% de adesão, professores da Unibatista entram em estado de greve; dívida é de R$ 2 mi

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Com 100% de adesão, professores da Unibatista entram em estado de greve; dívida é de R$ 2 mi

Institução tem 48 horas para pagar o que deve; direção responde à Justiça do DF por lavagem de dinheiro

Com 100% de adesão, professores da Unibatista entram em estado de greve; dívida é de R$ 2 mi

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por: Tailane Muniz no dia 26 de janeiro de 2022 às 09:07

O corpo docente da Faculdade Batista Brasileira (FBB), a Unibatista, entra em estado de greve nesta quarta-feira (26). Em assembleia realizada na noite de terça-feira (25), a categoria deliberou pelo não retorno às salas de aula na instituição, localizada no bairro do Itaigara, em Salvador.  

Com salários atrasados há quase sete meses, 43 professorem votaram a favor da paralisação das aulas dentro de 48 horas - tempo que a instituição tem para reverter a situação e quitar uma dívida que já ultrapassa a cifra de R$ 2 milhões. A negociação é acompanhada pelo Sindicato dos Professores na Bahia (Sinpro), que vai notificar a FBB nesta quarta.

À reportagem, um dos professores conta que, como início do semestre letivo está previsto para a próxima terça-feira (1º), os alunos também serão afetados. Ele diz ainda que o setor de Recursos Humanos entrou em contato pouco antes da assembleia com o intuito de coagir. "Tentaram me fazer formalizar um pedido de entrega de cargo. Queriam que enviássemos uma lista dos professores para demitir, o que não fizemo", conta o profissional, que opta por não se identificar. 

Além da remuneração mensal, os funcionários da unidade também não recebem férias nem 13ª salário desde 2020. Ligada à Igreja Batista do Caminho das Árvores, a FBB também coordena o Colégio Batista, no mesmo prédio, sob a direção de Andrea Brandão Kraus. 

A folha de pagamento dos salários dos educadores, somente da FBB, corresponde a cerca de R$ 300 mil mensais, sem contabilizar eventuais benefícios. O grupo, portanto, tem um débito substancialmente maior.

Direção responde à Justiça em Brasília
Diretora-geral da instituição evangélica desde 2018, Andréa Pinto Brandão de Oliveira Kraus nega uma conversa amistosa com os profissionais mas responde, na condição de ré, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF). Trata-se de um processo por lavagem de dinheiro — cujo acórdão, decisão em 2ª instância, determinou, em 2020, a pena de quatro anos e oito meses de reclusão em regime semiaberto.

Leia íntegra da reportagem no Jornal da Metropole

Em nota enviada à reportagem, Andréa isenta-se de detalhar o débito com os educadores da FBB e limita-se a justificar a “inadimplência” dos alunos como razão do débito com os professores. Em síntese, diz que “exerce seu direito de ampla defesa, envidando todos os esforços para provar sua inocência”.

A Justiça diz que, entre dezembro de 2005 e setembro de 2011, Andréa Kraus e o então marido, Maurício Ribeiro de Araújo, agiram de forma conjunta em um esquema de lavagem de dinheiro público, em Brasília, orquestrado e executado pelo ex-delegado Durval Barbosa Rodrigues. 

À época, eles ocupavam os cargos de presidente da Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), secretário estadual de Assuntos Sindicais e secretário estadual de Relações Institucionais do Distrito Federal, respectivamente. Pesa sobre eles a natureza ilegal de pelo menos R$ 1 milhão.