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Símbolo cultural, prática de pintura corporal vira alvo de denúncias de extorsão a turistas em Salvador

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Símbolo cultural, prática de pintura corporal vira alvo de denúncias de extorsão a turistas em Salvador

Falsos artistas abordam visitantes sem consentimento e cobram valores elevados; ao menos nove pessoas foram detidas neste ano

Símbolo cultural, prática de pintura corporal vira alvo de denúncias de extorsão a turistas em Salvador

Foto: Feijão Almeida/GOVBA

Por: Ana Clara Ferraz no dia 16 de maio de 2025 às 16:31

Casos de importunação, assédio e extorsão de turistas têm se tornado cada vez mais comuns nos pontos históricos de Salvador. A insistência e a cobrança de valores elevados por serviços e produtos — o famoso “preço de turista” ou “para turista é mais caro” — têm repercutido negativamente entre os visitantes que escolhem a capital baiana como destino.

Nas redes sociais, diversos relatos viralizaram nos últimos meses. Um deles ganhou destaque no último fim de semana, quando um internauta classificou sua visita a Salvador como “a pior experiência como turista que tive na vida”. Em um vídeo de três minutos, ele menciona locais como o Elevador Lacerda, Pelourinho, Igreja do Bonfim e Farol da Barra, relatando abordagens insistentes e cobranças indevidas por parte de ambulantes e supostos guias.

Os artistas que fazem as tradicionais pinturas corporais com tinta branca, prática que se tornou um símbolo da cultura soteropolitana, estão entre os mais denunciados. Desde o mês de fevereiro, ao menos nove falsos pintores já foram presos por ameaça e extorsão contra turistas. Nesta quinta-feira (15), uma equipe do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur) chegou a prender um homem acusado de assediar turistas ao oferecer o serviço de pintura corporal no bairro da Barra. Ele teria coagido as vítimas a pagarem um valor alto e em espécie pelas pinturas corporais sem que nenhum preço fosse acordado antes do serviço. 

Outros casos
Ao menos outros quatro casos foram registrados de fevereiro a abril deste ano, todos envolvendo pintores ou falsos pintores no bairro da Barra. Em um desses episódios, quatro supostos artistas foram presos em flagrante pela Polícia Militar por roubarem dinheiro e objetos de valor de um casal de mexicanos, além de exigirem R$100 para pintura em cada braço e R$70 por perna. Segundo as autoridades, eles agiam impondo medo e assustando os turistas.

No geral, essas ações se concentram principalmente na Barra, Pelourinho, na região do Terreiro de Jesus e no Largo do Pelourinho. Durante uma entrevista ao Jornal da Cidade nesta segunda-feira (12), o Coronel Humberto Sturaro, ex-coordenador da nova Prefeitura-Bairro do Centro Histórico e agora diretor-geral da Guarda Civil Municipal de Salvador, explicou que a Segurança Pública tem buscado se aproximar da comunidade e intensificar a proteção do visitante, impedindo práticas ilegais em pontos turísticos. “Quando alguém tenta extorquir um turista, ele perde. Nosso trabalho é estar perto, conversar, perguntar quanto estão cobrando, se o serviço está sendo bem prestado. Isso não vai mudar. Se você está se sentindo ameaçado, procure imediatamente uma autoridade. A polícia está presente, e a resposta é imediata quando somos informados", destacou Sturaro.

Em abril, a Secretaria da Segurança Pública também realizou a “Operação Navio” em áreas turísticas de Salvador com ações preventivas na chegada de visitantes pelo porto alertando o que fazer em casos de importunação e a importância de contatar com as autoridades. Nesse episódio, chegou a prender dois falsos pintores em flagrante.