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'O mundo virtual precisa ser chamado à realidade', avalia Valter Hugo Mãe 

Cultura

'O mundo virtual precisa ser chamado à realidade', avalia Valter Hugo Mãe 

Na Bahia, onde participa de eventos hoje (10) e amanhã (11), o escritor falou também da sua ligação com o Brasil

'O mundo virtual precisa ser chamado à realidade', avalia Valter Hugo Mãe 

Foto: Divulgação

Por: Alexandre Galvão no dia 10 de outubro de 2018 às 11:58

Escritor português, Valtor Hugo Mãe acredita que as redes sociais e o mundo virtual precisam se aproximar mais do mundo "real", fora da internet. O chamado é, segundo ele, para conter a escalada do ódio. 

"Não é possível que o Facebook, Instagram, admitam ser centro de ataque aos direitos humanos. Se as leis dizem que o racismo é crime, não tem que ter racismo no Facebook. É um crime de quem publica e do Facebook, que deixa lá. Tem que ter uma retomada da consciência da lei. Não é qualquer estupidez que pode passar por cima da lei. Se o cidadão for estúpido, a lei tem que intervir. As redes e o mundo virtual precisam ser chamandos à realidade", pediu, em entrevista à Rádio Metrópole. 

Para ele, "toda radicalização destrói a arte, o pensamento".

"A cidadania não é para ser vista assim. Toda inteligência, maturação humana, tende para outro rumo. Estamos atravessando um tempo de alguma desumanização. Me parece fundamental, todas as pessoas de letras sabem, manter a liberdade de expressão", afirmou. 

Na Bahia, onde participa de eventos hoje (10) e amanhã (11), o escritor falou também da sua ligação com o Brasil. "Quando começo, vou descobrindo os pensadores brasileiros, Darcy Ribeiro, Sérgio Buarque de Hollanda. Recentemente li os diários do Fernando Henrique Cardoso. Há uma identidade brasileira nos livros que me fascinam. É muito marcante na minha pessoa", revelou. 

Agora, para produzir, Valter Hugo Mãe se isola. "Cada vez mais eu preciso fugir, é cada vez mais difícil eu conseguir tempo para escrever, ou até mesmo eu tendo ansiedade. Eu preciso cada vez mais encontrar um instante em que eu desapareça e fique um tempo metido numa aldeia qualquer, escrevendo. Antigamente não era assim, talvez não seja a mesma idade, não tenha mais a mesma cabeça".