
Cultura
Escritor aborda várias facetas de Marechal Rondon: 'Se fosse jogador, seria polivalente'
'Se fosse um jogador de futebol, ele seria polivalente: jogaria em várias posições e em todos os campos', diz

Foto: Reprodução
O escritor e jornalista americano Larry Rohter, ex-correspondente do jornal The New York Times, fez um levantamento sobre os principais fatos da história de Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido como Marechal Rondon. Em entrevista a Mário Kertész durante o horário especial de entrevistas do Jornal da Metrópole no Ar, ele destacou que o militar era um homem de várias facetas e teve uma grande importância para a cultura brasileira.
Rondon teve um notável papel na exploração do Mato Grosso e da Bacia Amazônica Ocidental, onde teve contato com povos indígenas. "O Brasil foi capaz de gerar um homem dessa estatura e idoneidade. Ainda é capaz de fazer isso, existe a possibilidade e as condições de gerar patriotas abnegados que querem servir o país e não aproveitar para ficar rico, famoso e etc", declarou Rohter.
"Se o Rondon fosse um jogador de futebol, ele seria polivalente: jogaria em várias posições e em todos os campos", acrescenta.
Ainda de acordo com o jornalista, a obra revela um contato de Marechal Rondon com o Nordeste, quando chegou a pesquisas a seca na região. O militar tentava identificar a origem do problema e chegou a arrumar uma rusga com o então presidente Epitácio Pessoa, que governou o Brasil entre 1919 e 1922.
"Durante o governo de Epitácio Pessoa, ele foi encarregado de uma comissão para investigar a seca. Viajou pela Bahia, Pernambuco e Ceará. Chegou a conhecer o Padre Cícero. Inclusive meu livro fala disso e tem uma foto dos dois juntos. Ele falou que o problema da seca era técnico, mas quando falou com autoridades, o clero e trabalhadores rurais, ele percebeu rapidamente que o problema era muito mais do que técnico. Era político também e fez um relatório disso. Epitácio Pessoa não gostou. Rondon botou o dedo na ferida", conta o escritor.
Questionado sobre a imagem do país para os americanos, Larry Rohter demonstrou as semelhanças entre o presidente Donald Trump e Jair Bolsonaro. Para ele, o atual momento do país causa 'perplexidade'. "O Brasil sempre foi considerado pela imprensa e pelos governos estrangeiros como um país de centro-esquerda. Essa virada à direita com a eleição de Bolsonaro, todo mundo comenta que o Brasil tem o Trump dos trópicos. A imagem do Brasil mudou. Todo mundo quer saber como o país abandonou um rumo e foi por outro. É o mesmo fenômeno que estamos vivendo aqui. Saiu Obama e entrou Trump, foi outra virada sem aparente explicação", afirma.
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