Economia
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Apesar da perda de receita, trade turístico concorda com não realização do Réveillon em Salvador
Representantes da Salvador Destination e Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) pontuam que não é o momento para "grandes eventos"
Foto: Jefferson Peixoto/Secom
O trade turístico da capital baiana é favorável à decisão do prefeito Bruno Reis (DEM) pela não realização do Festival da Virada, o tradicional Réveillon de Salvador. O evento, realizado há quatro anos na Arena Daniela Mercury - área do Centro de Convenções, na Boca do Rio -, figura como uma das principais festas do calendário da cidade, mas, neste ano, não vai acontecer devido ao cenário de incertezas quanto à segurança sanitária.
A decisão, anunciada por Reis nesta segunda-feira (29), foi tomada com prudência, defende o presidente da Salvador Destination, Roberto Duran. Ao Metro1, ele afirma que por mais que o evento seja bom para a economia, o melhor é garantir que não haja, no futuro, a necessidade de retomar medidas restritivas, como o fechamento total ou parcial do comércio. "Diante da situação que estamos acompanhando, sobre a disseminação de uma outra variante no mundo, é essencial evitar grandes aglomerações".
Duran diz ainda que, no lugar do prefeito, diria não também ao Carnaval — mesmo que a consequência envolva certa perda da receita financeira, já que o Carnaval de Salvador movimenta milhões em dinheiro e turistas.
"Não é o momento para realizar uma festa daquela magnitude. É melhor que sejamos prudentes agora. Avançamos muito a economia até aqui e não acho que seja válido arriscar". Ao anunciar a não realização do Réveillon, Bruno Reis voltou a afirmar que o futuro da folia de fevereiro será definido junto ao governador da Bahia, Rui Costa (PT).
A manutenção da economia local é citada como prioridade pelo o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Jean Paul Alfred Philippe Gonze. À reportagem, Paul referencia a saúde pela defesa de que não haja Réveillon nem Carnaval. "Nós estamos pela vida. E a gente também não quer que aconteça outro lockdown ou coisa parecida. Se isso acontecer, muito mais gente vai falir", pontua.
Para Paul, a Ômicron, nova variante identificada na África do Sul, é um risco iminente. "Não quero nem imaginar essa nova cepa chegando aqui. Acho que toda medida cautelar é válida agora". Com suas palavras, Alfred reforça que uma semana de Carnaval pode custar um ano de hospitais cheios e, no mais brando dos cenários, a economia parada.
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