
Economia
Haddad promete proposta sobre IOF até terça-feira em meio à pressão do Congresso
Segundo Haddad, medida será discutida com líderes do Legislativo e deve apontar para uma solução sustentável de médio e longo prazo

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, nesta segunda-feira (2), que a conversa com o Congresso sobre o decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras finalmente chegou a um ponto que agrada a equipe econômica do governo. Na semana passada, os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) chegaram a dar o prazo de dez dias para que o governo apresentasse uma proposta com soluções para reverter o aumento do imposto sobre operações de risco sacado, sob o risco de derrubar a medida.
Em entrevista na chegada do ministério, ao jornal Folha de S. Paulo, Haddad pontuou que já havia afirmado que não precisava do prazo e que o acordo era chegar a uma solução até terça-feira (3), antes da viagem do presidente Lula para a França.
“O fato do presidente embarcar amanhã à noite significa que nós temos hoje e amanhã, em sintonia com as Casas, porque nós já sabemos exatamente o que está na mesa, é definir qual vai ser o recorte que vai ser feito dessas medidas e apresentar para os três presidentes. Se nós chegarmos a uma boa definição, 70%, 80%, 90% daquilo que foi discutido, se houver uma compreensão de que é hora de avançar, eu acredito que nós vamos dar uma perspectiva muito mais sustentável, sem essas medidas que são paliativas, que nós sabemos que não são estruturais. Então, para nós é muito melhor fazer as correções no atacado do que fazer correções no varejo- afirmou Haddad.
Haddad ainda pontuou que o governo vai discutir reformas estruturais com o Congresso e calibrar impostos em relação a finanças. “O decreto é para resolver um problema pontual, distorções pontuais, mas se nós ficarmos de decreto em decreto, nós não vamos fazer o que o país precisa para apontar um horizonte de médio e longo prazo de sustentabilidade”, disse o ministro.
“Acredito que esta semana a gente possa resolver e melhorar tanto a regulação do IOF, quanto, mas aí combinado com as questões estruturais. Quer dizer, não dá para dissociar mais uma coisa da outra. Você quer alterar o curto prazo? Altera o longo prazo junto. Porque aí você faz uma combinação que dá para o investidor, para o cidadão, para o trabalhador um horizonte das regras do jogo daqui para frente. Com previsibilidade, com transparência e com discussão sobre a justiça das medidas”, acrescentou.
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